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Estado de Minas

Na Grécia, dinheiro só para o essencial


postado em 04/07/2015 16:25

O supérfluo acabou. Seis dias após o início do controle de capitais, os gregos, que só poder sacar dinheiro de maneira limitada, só gastam no estritamente necessário: comida, gasolina e medicamentos.

As estantes dos mercados estão vazias. O papel higiênico, as pastas, os legumes secos, o leite concentrado... Falta tudo, tudo desapareceu.

Em um supermercado no subúrbio de Atenas, em Glyfada, alguns vizinhos parecem ter pânico e se lançam à caça de produtos de primeira necessidade, constatou um fotógrafo da AFP.

Embora nem todas as grandes lojas tenham chegado a este ponto, o limite de saque bancário de 60 euros por dia e por pessoa, imposto pelo governo para impedir a falência dos bancos, tornou os gregos mais economizadores.

Um dia antes do referendo sobre a proposta de austeridade submetida à Grécia pela União Europeia e pelo FMI, em troca da prolongação de sua ajuda financeira, alguns se mostravam reservados, sinal de uma latente angústia sobre o futuro.

Em um supermercado do bairro de Pangrati, Alexandros Kavakas, um cliente, observa que os comportamentos mudaram.

"Eu vim duas vezes esta manhã e vi muita gente fazendo compras, em particular, arroz, pastas, coisas que podem ser conservadas por muito tempo". disse Kavakas.

"Creio que isto vai ser mais grave se os bancos não abrirem, e não vão abrir tão cedo", completa Kavakas com certo temor, já que não está convencido de que o controle de capitais seja suspenso na terça-feira, 7 de julho, como previsto.

As prateleiras foram bem abastecidas, com exceção do leite concentrado, café e açúcar, que foram esgotados pelos clientes.

As compras com cartão são um meio rejeitado em muitos pequenos comércios, cafés e restaurantes da capital, segundo testemunhas.

Medicamentos em caso de necessidade

"Todo mundo está tentando reduzir suas compras", explica Manos. "As pessoas reduzem suas saídas, os aperitivos, as férias, mas os gastos da vida cotidiana, comprar comida ou gasolina para o veículo, não pode ser evitado", completa.

"Compramos comida, somente comida, nada mais, só o indispensável para o lar", disse Marilena, funcionária de uma loja de brinquedos do centro de Atenas, que vê menos clientes nesses tempos. É certo que com o começo do verão alguns saíram da capital e outros voltaram às suas regiões para ir votar no domingo.

"Os quatro últimos anos foram muito difíceis para a maioria do povo. Aprendemos a viver com menos dinheiro, temos necessidades, nos adaptamos, mas não podemos fazer mais nada", adverte.

Em um país que se baseiam muito mais que outros no "cash", o dinheiro repousa agora nos bolsos ou nas gavetas dos gregos.

"Não há notas em circulação", lamenta Theodor Veletzas, motorista de táxi, que necessita de clientes.

Um negócio, ao contrário, viu aumentar seus clientes: a farmácia de Yannis Triantaphilou, no centro de Atenas.

"As pessoas se preocupam em ter algo para comer e não precisar de medicamentos, por isso aumentam os clientes" aqui, afirma.

Aspirina, analgésicos, medicamentos contra a pressão arterial... "Compram medicamentos porque é necessário", completa.

"Até quando?", Nikos Archondis, da associação pan-helênica de exportadores, está preocupado: "se as vendas aumentaram nos últimos dias é por causa da temporada turística. Mas os produtos perecíveis, carne, queijos, frutas e legumes podem ficar escassos na próxima semana", informa à AFP.

"Alguns supermercados estão muito inquietos porque não sabem como vai evoluir a situação" nos próximos dias, completa.


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