A Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou nesta sexta-feira o casamento homossexual em todos os estados do país. A decisão foi uma das mais esperadas das últimas décadas e provocou celebrações em todas as partes do mundo. O tribunal máximo do país decidiu, com cinco votos a favor e quatro contra, que a constituição americana exige que os estados realizem e reconheçam o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo.
Logo após o anúncio da legalização, o presidente Barack Obama comemorou a decisão e considerou que ela representa uma vitória para os Estados Unidos. "É a vitória para aliados e amigos que dedicaram anos, em alguns casos décadas, trabalhando e rezando para que a mudança chegasse", disse Obama. "Esta decisão é uma vitória para os Estados Unidos", enfatizou.
"Hoje é um grande passo em nossa marcha em direção à igualdade. Os casais gays e lésbicas agora têm o direito de se casar, como qualquer outro", escreveu Obama em sua conta no Twitter, enquanto a Casa Branca trocou seu avatar online pelas cores do arco-íris do movimento dos direitos dos homossexuais.
Nos arredores do edifício da Corte em Washington, uma multidão celebrou a decisão com gritos, ao mesmo tempo em que balançavam a bandeira do arco-íris. Na Internet, redes sociais criaram ferramentas especiais para comemorar o dia, compartilharam vídeos e hashtags como forma de celebração. A charge de Nate Beeler, do jornal The Columbus Dispatch, que mostra a deusa da Justiça abraçada à Estátua da Liberdade, foi uma das mais compartilhadas.
Vitória
"Este triunfo transformador é uma vitória importante para a liberdade, a igualdade, a inclusão e, acima de tudo, o amor", declarou o Freedom to Marry, um dos vários grupos que lutam pelos direitos de casamento dos LGBT. "Pela primeira vez na história da nossa nação, todos os casais apaixonados e comprometidos terão a liberdade de dizer 'eu aceito'", declarou em um comunicado.
"Vamos lembrar deste dia pelo resto de nossas vidas", acrescentou o It Gets Better Project, outra organização de direitos dos homossexuais, em e-mail enviado aos seus simpatizantes.
Há dois meses, pessoas fizeram fila durante dias por uma chance de ouvir os argumentos que levaram à decisão desta sexta-feira, e ativistas a favor e contra a igualdade de casamento se reuniram em frente à Corte. Em discussão estava a interpretação da Suprema Corte sobre a 14ª Emenda da Constituição, que prevê a proteção igual sob a lei.
Os nove juízes precisaram decidir se esta emenda significa que os estados são obrigados a reconhecer casamentos que foram realizados em outros estados. Os quatro estados envolvidos no caso, apoiados por organizações religiosas e conservadoras, argumentaram que o casamento é baseado na compatibilidade biológica de um homem e uma mulher.