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Estado de Minas

O presidenciável Rand Paul, um republicano libertário, defensor da privacidade


postado em 01/06/2015 16:22

Durante muito tempo, ele usou na lapela uma moeda vermelha de um centavo no lugar da bandeira americana. Todo o programa de Rand Paul, pré-candidato à disputa pela Casa Branca em 2016, estava contido nesta moeda de cobre: fim do déficit e submissão à Constituição.

"Isto quer dizer: nem um centavo a mais no vermelho", explicou Rand Paul, após sua espetacular eleição ao Senado em 2010, conduzido pelo Tea Party, o movimento ultraconservador que surgiu no início da era Obama.

Mas a campanha eleitoral manda: o senador republicano por Kentucky, de 52 anos, voltou a colocar a bandeira americana na lapela no dia em que anunciou sua candidatura. Ele está entre os três ou quatro mais bem colocados para as primárias republicanas, que acontecem no começo de 2016.

Ele não é o mais carismático. Seu discurso é, às vezes, precipitado, e seu sorriso é forçado. Mas o que lhe falta em notoriedade e carisma, é compensado pelo entusiasmo de seus seguidores, mais jovens do que o eleitor republicano médio e herdeiros do chamado movimento libertário. Nos Estados Unidos, trata-se daqueles que se opõem a qualquer intervenção estatal.

Há seis anos, apenas um punhado de militantes do Tea Party tinha ouvido falar desse oftalmologista radicado em Bowling Green, no Kentucky, centro do país. Só era conhecido por causa do pai, Ron Paul, três vezes pré-candidato à Presidência, libertário convicto, a quem deve sua formação intelectual baseada em Friedrich Hayek, Ayn Rand, Frédéric Bastiat, entre outros. É seu herói político.

"Sua intransigência e sua filosofia política inquebrantável não apenas me inspiraram, mas também permitiram que surgisse o movimento Tea Party. Papai sempre foi um quase-Tea Party por si só", contou Rand Paul no livro "The Tea Party Goes to Washington" (Tea Party vai a Washington, em tradução livre), publicado em 2011.

Tea Party, mas não muito

"Eu era do Tea Party antes de o Tea Party ganhar notoriedade", escreveu. Quando chegou ao Senado, em janeiro de 2011, o novato multiplicou as jogadas de efeito e foi parar nas primeiras páginas das revistas políticas.

Sua fama aumentou graças a um discurso obstrucionista de 13 horas, proferido em março de 2013, para bloquear a confirmação do diretor da CIA. Sua veemência contra os abusos da Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) sobre espionagem é aplaudida pelos defensores das liberdades individuais, aliados pouco habituais de um republicano.

Rand Paul se define como um "conservador constitucional", ou um "libertário": ele denuncia os abusos do poder do Estado federal, o qual espera reduzir às funções clássicas e enunciadas na Constituição, excluindo, por exemplo, a educação.

Toda a classe política é alvo de seu desprezo: democratas e republicanos são corresponsáveis pela ruína das finanças públicas americanas.

Os anos Bush? "Um fracasso espantoso", alfineta.

Na política externa, critica a invasão do Iraque em 2003, despreza os neoconservadores e trata Hillary Clinton como belicista. Apesar disso, repudia o rótulo de isolacionista.

Em entrevista concedida em 2013 à AFP, ufanou-se da moderação de Reagan e defendeu uma abordagem "menos agressiva".

Sua ambição está acompanhada de uma certa dose de realismo. Apesar de sempre fazer referência à causa da liberdade com grandiloquência, abandonou os debates demasiadamente filosóficos, nos quais muitas vezes naufragou, sobretudo, os que tinham a ver com as leis antidiscriminação.

Minorias

Os democratas não deixam de descrever Rand Paul como um extremista que desmontaria o Estado de Bem-Estar Social. Também questionam sua sinceridade em um tema, ao qual dedicou muito tempo: os direitos civis.

Cinquenta anos depois do fim da segregação, ele propõe uma reforma penal e a eliminação das penas mínimas para cortar o ciclo prisão-desemprego-pobreza, que pune os jovens negros, desproporcionalmente. O objetivo assumido é reduzir a resistência dos republicanos entre os eleitores negros.

Ao mesmo tempo, permite a Rand Paul apresentar um rosto novo na corrida eleitoral e alguém fiel aos valores fundadores do partido - Abraham Lincoln, pai da abolição da escravatura, era um republicano.

"Chegou o momento. Espero que os afro-americanos voltem novamente ao partido da emancipação, das liberdades civis e da liberdade individual", disse ele em 2013, durante um encontro com a comunidade negra.


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