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Estado de Minas

ONU investigará casos de abuso sexual de menores na República Centro-Africana


postado em 30/05/2015 18:37

Genebra, 30 - O alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Zeid Raad al-Hussein, afirmou neste sábado que enviará uma equipe à República Centro-Africana para apurar "possíveis medidas para lidar com violações de diretos humanos" por parte de missões de paz da ONU no país. A incluindo possíveis casos de abuso sexual de menores.

Documentos de uma investigação interna da ONU, vazados nos últimos meses, contêm depoimentos de crianças que teriam sido molestadas por soldados franceses em missão de paz em 2014. Segundo as vítimas, que tinham entre 8 e 11 anos, os militares pediam que as crianças fizessem atos sexuais em troca de comida. Em alguns casos, elas relatam que sequer sabiam o que estavam fazendo. Uma das crianças, de 9 anos, chegou a ser espancado pela própria mãe ao contar o que havia acontecido.

A decisão da ONU de investigar as alegações ocorre após uma organização não-governamental (ONG) ter vazado mais documentos na última sexta-feira. Neles, integrantes da ONU se mostram mais preocupados em descobrir a fonte do vazamento do que colaborar com o governo francês, que investigava os casos. Outros documentos, marcados como "estritamente confidenciais", revelam que o alto escalão de direitos humanos da ONU tardou meses para investigar as acusações - que seu próprio escritório havia coletado.

Até então, nenhuma prisão foi anunciada e não está claro onde estão os soldados acusados de abusar sexualmente dos menores. A ONU também não informa se os abusos cessaram e por quanto tempo continuou investigando os casos.

A França chegou a enviar soldados para investigar o caso na missão de paz da ONU, em agosto de 2014, mas os militares foram orientados a dialogar com representantes da entidade em Genebra. Somente em março do ano seguinte a ONU enviou relatório à França sobre o caso. O documento, contudo, era o mesmo que as autoridades do país já dispunham no que a ONU considerou uma "quebra de protocolo".

O caso expõe uma fragilidade na instituição que considera os Direitos Humanos um de seus três pilares, já que a ONU não dispõe de orientações específicas sobre como lidar com alegações de abuso sexual de menores e também não requer que seus integrantes reportem imediatamente a questão à cúpula da entidade. Fonte: Associated Press.


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