Um dos principais investigadores federais dos Estados Unidos no escândalo de corrupção envolvendo a Fifa disse que está "bastante seguro" sobre uma nova rodada de acusações abrangendo o caso, revela nesta sexta-feira o jornal The New York Times.
"Estou bastante seguro de que vamos ter uma outra rodada de acusações. Acredito firmemente que há outras pessoas e entidades envolvidas em atos delitivos", declarou Richard Weber, chefe da unidade de investigações criminais do Serviço de Rendas Internas dos Estados Unidos (IRS).
Dois dias após 14 pessoas serem acusadas de suborno e lavagem de dinheiro envolvendo dirigentes da Federação Internacional de Futebol, Weber rejeitou a ideia de que o governo americano tenha o objetivo de derrubar a liderança da Fifa.
"Não acredito que haja qualquer decisão de ir contra o futebol. Estamos atrás dos corruptos", garantiu Weber. O que houve "é que uma coisa levou a outra, que levou a outra e assim por diante".
As autoridades federais garantiram ao jornal que a operação não teve qualquer relação com a eleição do presidente da Fifa, que ocorreu nesta sexta-feira, com a manutenção do suíço Joseph Blatter no cargo.
Mas segundo o Times, os agentes federais analisaram que seria melhor aguardar a reunião da Fifa em Zurique para realizar as prisões de uma só vez, sem precisar procurar os acusados por todo o mundo.
O caso de evasão de impostos investigado pelo IRS, que recrutou o ex-integrante da Concacaf e da Fifa Chuck Blazer, se ramificou até atingir em cheio a Federação Internacional de Futebol, extrapolando a questão fiscal e identificando uma vasta rede de corrupção envolvendo vários altos dirigentes do esporte.
"Começou como um caso de evasão fiscal contra Blazer, mas nossa participação não se limitou ao aspecto fiscal", disse Weber. "Uma vez que nos envolvemos em um caso de corrupção internacional como este, usamos nossa experiência financeira para seguir o dinheiro".
Durante as investigações, Blazer gravou diversas conversas com funcionários da Fifa sobre subornos envolvendo a máxima entidade do futebol.
Em 2013, Blazer se declarou culpado das acusações de evasão fiscal e corrupção, após permitir aos investigadores federais americanos uma visão clara dos esquemas de corrupção dentro da Fifa, o que levou às acusações contra José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, o trinitário Jack Warner, presidente da Confederação do Caribe, e o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol, entre outros dirigentes do futebol.