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Estado de Minas

Partido governista da Grécia mostra-se dividido sobre negociação com credores


postado em 25/05/2015 16:31

Atenas, 25 - Com a pressão financeira aumentando sobre a Grécia para que o país feche um acordo com seus credores internacionais, o primeiro-ministro Alexis Tsipras enfrenta o que pode ser seu maior problema até agora: a luta dentro do partido governista Syriza sobre aceitar ou não os termos duros de um acordo com os credores ou se o melhor não seria decretar um default.

As divergências se disseminam dentro do Syriza contra as políticas econômicas que a Grécia deve ter de adotar, em troca de mais ajuda financeira de outros governos da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O governo de coalizão liderado pelo Syriza tem uma maioria apertada, de 12 cadeiras, no Parlamento de 300 postos. Uma rebelião poderia, portanto, facilmente custar a maioria a Tsipras.

Os credores da Grécia mostram-se particularmente preocupados com as ameaças abertas da Plataforma Esquerda, uma facção de extrema-esquerda dentro do partido, que rejeita qualquer acordo que mexa em alguns pontos considerados por ele cruciais, como o corte das pensões ou dos direitos dos trabalhadores.

Tsipras tenta com dificuldade conseguir apoio para um compromisso doloroso para o Syriza, diante de diferentes segmentos desse partido ideologicamente diverso, o que se mostra o maior obstáculo para um acordo. Autoridades da União Europeia e analistas - e mesmo em privado autoridades gregas - dizem que não sabem se os quase 30 parlamentares da Plataforma Esquerda votarão a favor dos termos fechados com os credores no Parlamento ateniense.

A Grécia precisa concordar sobre uma lista de políticas econômicas com seus credores, a fim de evitar um default de uma série de pagamentos de empréstimos ao FMI em meados de junho.

Ainda que o governo provavelmente tenha dinheiro suficiente para pagar um empréstimo de 300 milhões de euros (US$ 329 milhões) que vence em 5 de junho, é quase certo que não consiga fazer os outros três pagamentos, no total de 1,25 bilhão de euros, em 12, 16 e 19 de junho, segundo autoridades da UE.

A Grécia precisa fechar um acordo logo, a fim de saldar sua dívida com o FMI, disse o porta-voz do governo, Gabriel Sakellaridis, nesta segunda-feira. "Na medida em que estivermos em uma posição de pagar nossas dívidas, nós as pagaremos", disse ele. "É a responsabilidade do governo estar em uma posição de pagar suas dívidas."

O BCE afirmou aos governos da zona do euro que permitiria que os bancos gregos comprassem mais dívida de curto prazo do governo grego, se um acordo sobre monitoramento econômico entre Atenas e seus credores for iminente. Isso permitiria que a Grécia evitasse um default até julho, quando mais dívidas irão vencer e novos empréstimos serão necessários.

O FMI e a Alemanha, entre outros credores, insistem que a Grécia precisa adotar mais medidas de austeridade fiscal, cortar os custos de seu sistema previdenciário e facilitar as demissões de trabalhadores, entre outras medidas. As medidas exasperam os líderes do Syriza, que ganharam a eleição em janeiro com a promessa de reverter medidas dolorosas, que muitos gregos acreditam que pioraram a crise econômica nos últimos cinco anos, em vez de curá-la.

Quando o Comitê Central no Syriza debateu o estado das negociações sobre a dívida, neste fim de semana, a Plataforma Esquerda submeteu uma moção pedindo ao governo que decrete um default nos empréstimos do FMI, em vez de se comprometer com medidas de austeridade. A proposta foi rejeitada por pouco, com 95 votos contra e 75 a favor.

O líder da Plataforma Esquerda, o ministro de Energia Panagiotis Lafazanis, disse no encontro que decretar um default seria preferível a se render, mesmo se isso significasse tirar a Grécia do euro. "Quem disse que uma saída do euro e um retorno à moeda nacional seria uma catástrofe?", argumentou o ministro no encontro.

O Comitê Central concordou com um texto dizendo que qualquer acordo com os credores deve garantir que não haja cortes nas pensões, um pequeno superávit primário, o aumento no investimento público e uma reestruturação da dívida grega - termos que os credores não devem aceitar. O texto não tem força de lei para o governo de Tsipras, mas indica quão difícil será vender um acordo ao partido. Fonte: Dow Jones Newswires.


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