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Estado de Minas

Mianmar inicia resgate de imigrantes; milhares continuam bloqueados no mar


postado em 22/05/2015 11:16

Mianmar realizou nesta sexta-feira a primeira operação de resgate de um barco de imigrantes, sinal de uma mudança de política muito aguardada, mas, segundo a ONU, milhares de pessoas continuam em perigo no golfo de Bengala.

Segundo as autoridades birmanesas, mais de 200 pessoas estavam a bordo da embarcação, que navegava com uma bandeira tailandesa. Foi rebocada na madrugada desta sexta-feira perto da cidade de Maungdaw, ponto de partida de muitas embarcações lotadas de imigrantes que fogem do país.

"Um navio da Marinha localizou dois barcos em 21 de maio, durante uma patrulha", afirmou Tin Maung Swe, funcionário do governo do estado de Rakhine (sudoeste).

Ele explicou que um deles estava vazio.

"Os 208 imigrantes receberam primeiros socorros e alimentação em um campo temporário em Maungdaw"", disse.

A informação foi confirmada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

"Esperamos que esta evolução positiva recente seja acompanhada por outros desembarques em Mianmar e na região, antes das chuvas de monção", declarou à AFP Vivian Tan, porta-voz do Acnur em Bangcoc.

Os barcos transportam bengaleses que tentam fugir da miséria em seu país e membros da etnia rohingya, uma comunidade muçulmana pobre e perseguida em Mianmar.

A fuga em massa acontece há vários anos no sudeste asiático, mas ganhou contornos de catástrofe desde o início de maio, quando os traficantes de seres humanos ficaram desorientados com a nova política repressiva da Tailândia.

Em poucos dias, Tailândia, Indonésia e Malásia receberam quase 3.000 imigrantes, mas também expulsaram vários barcos de suas águas, o que provocou muitas críticas da comunidade internacional.

- Cidadania -

Desde quarta-feira, a pressão internacional e as terríveis imagens dos imigrantes à deriva divulgadas pela imprensa de todo o mundo provocaram mudanças na política migratória de alguns países.

Malásia e Indonésia decidiram parar de expulsar os barcos de imigrantes, atendendo ao pedido das organizações internacionais. Kuala Lumpur também anunciou o início de operações de resgate no mar, mas ainda não localizou barcos.

O secretário de Estado adjunto americano Antony Blinken se reuniu com o presidente de Mianmar, Thein Sein.

Blinken pediu ao governo birmanês que conceda a cidadania aos rohingyas, que chegam a 1,3 milhão de pessoas em Mianmar, para acabar com a fuga pelo mar.

"Os rohingyas deveriam ter acesso à cidadania, porque a incerteza de não ter o status é parte do que leva estas pessoas à fuga", disse, utilizando o termo "rohingya", que é um tabu em Mianmar.

Mianmar, que está em um ano eleitoral crucial após décadas de regime militar, registra um avanço do nacionalismo budista e nenhum político se atreve a arriscar a possibilidade de vitória ao abordar o problema dos rohingyas.

Nem mesmo Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz e considerada pela comunidade internacional como o símbolo da defesa da democracia no país, se pronunciou sobre o tema, por medo das críticas.

No entanto, o porta-voz de seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), se referiu esta semana ao tema e defendeu o respeito aos "direitos" dos rohingyas, mas sem citar o nome da etnia.


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