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Estado de Minas

Atenas diz que divergências entre UE e FMI 'impedem compromisso'


postado em 05/05/2015 21:22

As negociações entre Atenas e seus credores sobre o financiamento da Grécia parecem que não darão resultado neste momento, com importantes divergências entre os europeus e o FMI reveladas pelo governo grego.

"As sérias divergências e contradições entre os credores, União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) dificultam as negociações" com a Grécia, considerou nesta terça-feira o governo grego.

Assim, em razão desta "impossibilidade de acordo entre as instituições (...), não pode haver qualquer compromisso", ressaltou o governo em um comunicado, observando que a situação é de "exclusiva responsabilidade" dos credores.

De fato, a insistência do FMI em obter das autoridades gregas uma reforma do regime previdenciário não tem agradado Bruxelas.

"O FMI privilegia a reforma previdenciária", comenta uma fonte próxima das discussões, que encara esta questão como uma das principais razões para o impasse atual, uma vez que os europeus privilegiam as reformas fiscais.

Diante da polêmica, o FMI reagiu nesta terça-feira à noite, assegurando que "não forçou um alívio da dívida em grande escala", mas que continua favorável a esta opção. "Maior é a distância entre as medidas tomadas e os objetivos iniciais de 2012 (do segundo programa de ajuda à Grécia), maior será a necessidade de um financiamento adicional e de um alívio da dívida para tornar a economia do país sustentável", insistiu em um comunicado.

A discórdia entre o FMI e a UE não para por aí. "O FMI concordou com a redução do excedente orçamentário primário (excluído da dívida) com a intenção de aliviar a dívida pública do país para mantê-la viável". Mas o FMI é inflexível sobre "as reformas" do mercado de trabalho e do sistema de pensões, afirma o poder Executivo grego.

No entanto, a Comissão se "opõe" a qualquer reestruturação da dívida, mas é mais "flexível quanto às rígidas reformas" das pensões e do mercado de trabalho, indica.

"Dada esta grande discrepância, o governo grego decidiu não legislar sobre as reformas antes de um acordo" com os credores.

Atenas e os seus credores tentam há meses chegar a um acordo sobre as medidas que o país deve adotar para permitir a liberação da última parcela de empréstimo ao país, totalizando 7,2 bilhões de euros.

A duração destas negociações tem afetado a economia grega, prejudicada pela falta de liquidez uma vez que deve reembolsar uma parte dos empréstimos ao FMI até 12 de maio, no valor de 769 milhões de euros.

Neste contexto, a próxima reunião de ministros das Finanças da zona do euro, prevista para segunda-feira, tem poucas chances de dar resultados. Neste sentido, o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, em visita a várias capitais europeias para defender a causa de seu país, declarou nesta terça-feira em Bruxelas que não haveria acordo com os credores na reunião de ministros.

Varoufakis descartou a possibilidade de um acordo no Eurogrupo depois de se reunir com Pierre Moscovici, comissário europeu de Assuntos Econômicos.

"No dia 11 de maior teremos certamente uma discussão frutífera que confirmará os grandes avanços alcançados e será um novo passo em direção a um acordo final", afirmou Varoufakis.

"O objetivo do governo grego é chegar a um acordo (...), mas isso depende também das instituições, que devem atuar de forma construtiva", afirmou o vice-primeiro ministro-grego, Yoanis Dragasakis, após um encontro em Frankfurt com o presidente do BCE, Mario Draghi.

Na segunda-feira, o porta-voz do governo, Gabriel Sakellaridis, ressaltou que o governo estava se movendo em direção a um acordo com os credores, e que este deve ser alcançado "até o final de maio ou final de junho", assegurando que o país honrará suas dívidas.

Nesta terça, o ministro grego se reuniu em Paris com o seu colega Michel Sapin, antes de parar em Bruxelas, onde se encontrou com o comissário europeu para os Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici. Ele, então, retornou à capital francesa para uma reunião com o ministro da Economia Emmanuel Macron, antes de viajar para Itália e Espanha na quarta e sexta-feira.

Os contatos se intensificam ao mais alto nível. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, reuniu-se na segunda-feira com a chanceler alemã Angela Merkel para discutir "o curso das negociações e trocar pontos de vista sobre o acordo entre a Grécia e os seus parceiros."


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