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Estado de Minas

Polícia americana investiga ataque no Texas


postado em 04/05/2015 20:07

A polícia americana e o FBI investigavam nesta segunda-feira se os dois homens mortos no domingo, após abrirem fogo perto de um centro de convenções no Texas onde acontecia um concurso de caricaturas do profeta Maomé, tinham ligações com redes islâmicas ou estavam sob vigilância.

Os dois homens, que aparentemente dividiam a mesma casa, atacaram com fuzis de assalto o prédio onde era realizada a exposição, um evento organizado pela associação American Freedom Defense Initiative (AFDI), uma entidade considerada abertamente anti-islâmica.

Embora as autoridades se neguem a divulgar os nomes em caráter oficial, a imprensa local informou nesta segunda-feira que os dois atacantes mortos pela polícia foram identificados como Elton Simpson, de 31 anos, e Nadir Soofi, de 34.

Há cinco anos, Simpson foi condenado a três anos de liberdade vigiada por ter mentido ao FBI sobre a motivação de uma suposta viagem de estudos para a África, embora as autoridades suspeitassem que estava relacionada com sua intenção de integrar uma rede islâmica na Somália.

Na ocasião, a justiça de Phoenix, no Arizona, considerou que não tinha provas sólidas sobre a intenção de Simpson, e por isso optou por deixá-lo em liberdade vigiada.

Não será uma investigação rápida

Um porta-voz da polícia de Garland, Joe Harn, declarou nesta segunda-feira que os dois homens fortemente armados "obviamente estavam preparados para disparar contra pessoas", mas foram abatidos por um agente que fazia a guarda do local.

"Seguiremos investigando. Esta não será uma investigação rápida. Temos suspeitos. Seguimos observando as redes sociais e juntando as informações para garantir que não há novas ameaças", comentou.

Harn acrescentou que ainda "não temos certeza das intenções (dos agressores), mas apenas que estavam dispostos a usar suas armas e disparar contra a polícia". Na troca de tiros, um agente ficou ferido na perna.

Diante de uma pergunta sobre se as autoridades consideravam que se tratou de um "ataque terrorista" Harn se limitou a responder que "certamente vamos considerá-lo, não o descartamos".

Harn disse que a polícia tinha conhecimento de mensagens que foram divulgados por redes sociais antes do ataque.

"Não sabemos se estas pessoas (os atacantes) colocaram as mensagens. É uma das coisas que estamos investigando", comentou.

Enquanto isso, o pai de Elton Simpson disse à emissora ABC News que o filho, que tinha trabalhado como auxiliar no consultório de um dentista, "fez uma opção equivocada".

"Somos americanos e acreditamos nos Estados Unidos. O que meu filho fez é muito ruim para minha família", disse Dunston Simpson, reforçando as versões sobre a identidade dos autores do ataque.

O governador do Texas, Greg Abbott, revelou que os investigadores estavam concentrados nos "laços dos atacantes com atividades terroristas organizadas".

Menções nas redes sociais

De acordo com a organização SITE, que monitora as comunicações de combatentes e grupos jihadistas, um homem reivindicou o ataque em uma conta do Twitter relacionada com a organização Estado Islâmico (EI). A pessoa escreveu que o ato foi executado por simpatizantes do grupo radical.

"Dois de nossos irmãos abriram fogo contra a exposição artística do profeta Maomé no Texas", afirma a mensagem de um homem que se identifica na rede como Abu Hussain al-Britani.

De acordo com o SITE, este é o nome de combate do jihadista britânico do EI Junaid Hussain.

Uma conta do Twitter que pode ter sido utilizada por um dos atiradores parece ter feito referência ao ataque antes do ocorrido. A conta foi suspensa depois pela rede social.

A associação American Freedom Defense Initiative, organizadora do concurso de caricaturas, havia convidado para discursar no evento o líder da direita holandesa Geert Wilders.

"Estou comovido. Eu acabara de falar por uma hora e meia sobre as caricaturas, o Islã e a liberdade de expressão e havia deixado o local", afirmou Wilders em e-mail enviado à AFP.

"Espero que o guarda esteja bem", completou.

O líder do Partido Pela Liberdade (PVV) afirmou esperar que o ataque não tenha relação com "a lista da Al-Qaeda na qual eu sou como o Charb, do Charlie Hebdo, Lars Vilks e Kurt Westergard".

Ele fazia referência ao chargista francês Charb, morto no atentado jihadista contra a revista Charlie Hebdo. O sueco Lars Vilks e o dinamarquês Kurt Westergard foram ameaçados de morte depois que fizeram caricaturas de Maomé.

Em Garland, uma equipe do esquadrão antibombas entrou na área do incidente por suspeitar da possibilidade de explosivos no veículo dos atiradores.

Pamela Geller, uma das organizadoras do concurso, afirmou que os tiros "são uma demonstração de uma guerra contra a liberdade de expressão".

"A guerra está aqui", completou, enfática, a diretora da 'American Freedom Defense Initiative', organização conhecida por suas posições pelo que chama de islamização dos Estados Unidos, que oferecia uma prêmio de 10.000 dólares para a melhor caricatura do concurso.

Muitos muçulmanos consideram ofensivo o ato de elaborar charges de Maomé. Em 2005 a publicação de desenhos satíricos do Profeta no jornal dinamarquês Jyllands-Posten provocou uma onda de protestos no mundo islâmico.

Charges de Maomé também foram publicadas na revista satírica francesa Charlie Hebdo, que teve a sede em Paris atacada em janeiro por atiradores, que mataram 12 pessoas, incluindo cinco chargistas.


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