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Estado de Minas

Baltimore suspende toque de recolher e começa retirada da Guarda Nacional


postado em 03/05/2015 19:40 / atualizado em 03/05/2015 20:22

As autoridades de Baltimore, nos Estados Unidos, ordenaram neste domingo a retirada da Guarda Nacional e a suspensão imediata do toque de recolher declarado na cidade americana, depois que manifestações provocaram distúrbios após a morte de um jovem negro que estava sob custódia policial. "Com efeito imediato, rescindi minha ordem que institui o toque de recolher em toda a cidade", escreveu no Twitter a prefeita de Baltimore, Stephanie Rawlings-Blake.

Pouco depois, o governador de Maryland, Larry Hogan, anunciou o início da retirada de cerca de 3 mil oficiais da Guarda Nacional que foram escalados para reforçar a segurança na cidade portuária. O toque de recolher vigorou em Baltimore das 22h às 5h a partir da terça-feira, um dia depois de os protestos desembocarem no caos, em enfrentamentos entre manifestantes e a polícia, no saque de lojas e na queima de veículos e viaturas policiais.

Os protestos se tornaram violentos após o funeral de Freddie Gray, de 25 anos, que morreu no dia 19 de abril após sofrer lesões graves na coluna durante seu transporte em um veículo policial sem cinto de segurança e com os pés e mãos algemados. Hogan destacou, por outro lado, que foram alvo de vandalismo 200 estabelecimentos comerciais, muitos "pertencentes a minorias" e que "foram perdidos centenas de milhões de dólares".

A polícia informou posteriormente que desde 23 de abril, 113 agentes ficaram feridos e 486 pessoas foram detidas, 46 delas no sábado. Depois dos distúrbios de segunda-feira à noite, as manifestações foram mais pacíficas, à medida que aumentava o clamor da comunidade de Baltimore e os donos das lojas para que fosse suspenso o toque de recolher.

A prefeita escreveu no Twitter que seu objetivo "sempre foi não manter o toque de recolher nem um dia a mais do que o necessário". "Acredito que hoje chegamos a este ponto", escreveu. A polícia informou que manterá suas forças "todo o tempo que for necessário" e que a situação será avaliada "hora a hora, minuto a minuto", disse à imprensa seu porta-voz, Eric Kowalczyk.

Continuam as mobilizações

Na sexta-feira, a procuradora de Maryland, Marilyn Mosby, acusou seis policiais - três brancos e três negros - de vários crimes, entre eles homicídio culposo, pela morte de Gray. A família da vítima e a comunidade de Baltimore comemoraram a decisão. A procuradora afirmou que Gray não devia ter sido preso e que não havia cometido nenhum crime. Mas o sindicato de policiais, que defendeu os acusados, condenou a decisão como um "indigno e precipitado julgamento".

A calma prevaleceu nas manifestações quase diárias na cidade de 620 mil habitantes, onde no sábado entre 2 mil e 3 mil pessoas - apenas um terço do previsto - marcharam pacificamente para denunciar a brutalidade policial. Outra manifestação está prevista para este domingo às 14h (horário de Brasília).

As mobilizações continuaram neste domingo na cidade. Cerca de mil pessoas se concentraram em frente à prefeitura, convocadas por líderes de todas as comunidades religiosas, onde rezaram e pediram justiça.

O drama em Baltimore é o mais recente de uma série de casos de mortes de negros desarmados nas mãos da polícia, e reavivou as tensões raciais latentes nos Estados Unidos entre a comunidade negra e os fardados.

Um dos casos mais emblemáticos é o de Michael Brown, de 18 anos, baleado em Ferguson, Missouri. Sua morte e o fato de que o policial envolvido não foi processado provocaram violentos protestos neste subúrbio de St. Louis.

Na manifestação de sábado, os residentes e comerciantes expressaram sua indignação pelo toque de recolher, com uma petição na internet que reuniu mais de 2 mil assinaturas para o fim da medida, e vários políticos locais criticaram que a medida havia durado mais do que o necessário.

"Minha esperança sincera é que todos nós nos concentremos em que Baltimore seja o lugar onde vivemos, trabalhamos e nos divertimos, tão logo quanto humanamente seja possível", disse o conselheiro Eric Costello no sábado.

O dono de um bar informou ao jornal The Baltimore Sun que seu negócio perdeu dezenas de milhares de dólares pelo toque de recolher, que reduziu em 95% suas vendas. "É devastador para nós", disse o comerciante. "Estamos falando de um impacto que será sentido ao longo do ano inteiro".


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