O Parlamento grego aprovou na noite desta sexta-feira um polêmico decreto que obriga os organismos públicos e as autoridades locais a transferir suas reservas de fundos para o Banco Central do país visando enfrentar as dificuldades financeiras do Estado.
O decreto, aprovado unicamente com os votos da maioria governista formada pela esquerda radical e os nacionalista, foi qualificado de inconstitucional pela oposição, especialmente por conservadores e socialistas, que acusaram o governo de extrapolar as negociações com UE e FMI, credores do país.
A medida busca cobrir "as necessidades urgentes do Estado, que atingem 3 bilhões de euros durante os próximos 15 dias".
No total, a transferência obrigatória dos fundos de quase 1.400 órgãos públicos (universidades, hospitais e etc.) e de administrações locais deve somar cerca de 1,5 bilhão de euros, segundo estimativas do governo.
A Grécia necessita de fundos devido ao estancamento das negociações com União Europeia e Fundo Monetário Internacional, e ao atraso da última parcela do empréstimo concedido ao país, de 7,2 bilhões de euros.
Durante a reunião desta sexta-feira do Eurogrupo em Riga, os ministros da Fazenda da zona do euro não chegaram a qualquer acordo, apesar de meses de negociações.