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Estado de Minas

Títulos de crédito "verdes" de vocação ecológica vivem auge


postado em 18/04/2015 13:16

Os títulos "verdes", títulos de crédito também chamados de "obrigações verdes" e destinados a financiar projetos ambientais, estão de vento em popa apesar da falta de estruturação para convencer um público mais vasto.

Ao contrário de uma ação, a obrigação não é uma fração do capital social da empresa que a emite, mas uma dívida que deve retornar dentro de um período determinado, e é acompanhada por uma taxa de juros que compensa o credor.

De acordo com a agência financeira Standard & Poors, as emissões de dívida verde por parte das empresas pode somar 30 bilhões de dólares até ao final de 2015, contra apenas alguns bilhões em 2012.

Ainda é pouco em comparação às dezenas de bilhões captados por outros títulos, mas o crescimento das obrigações verdes é evidente.

Em alguns anos, o mercado para esses títulos "mudou de escala e se tornou-se uma classe de ativos, mesmo que ainda faltem muitas coisas a estruturar", afirmou Felix Orsini, responsável mundial de emissões de dívida de empresas da Société Générale-CIB.

As primeiras grandes iniciativas foram lançadas pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) e pelo Banco Mundial, aos quais se somaram outros emissores - entre eles empresas - para chegar a 2014, "o ano do verdadeiro salto deste mercado", segundo Natixis.

Na França, o grupo Paprec, especialista em reciclagem, emitiu 480 milhões de euros em títulos verdes no final de março.

"A maioria dos gestores de ativos já perceberam a importância de incentivar as empresas a reduzir sua contribuição para as emissões de carbono", explica Antoine Sorange, responsável pela análise extra-financeira da Amundi.

"Não é fácil provar que uma carteira de títulos é mais responsável que a outra", destaca Tanguy Claquin, gerente de títulos verdes no Crédit Agricole-CIB.

"Os títulos verdes permitem fazê-lo muito facilmente, mostrando que um produto de mercado desmaterializado financia projetos de economia real", garante.

- O que é verde, o que não é -

Para dar mais garantias em um mercado não regulamentado, o setor financeiro se esforça para impor certos critérios, os "green bond principles", ou princípios de obrigações verdes.

"As opiniões sobre o que é verde e que não são muito divergentes", admite Claquin. Já Lucie Pinson, da ONG Amigos da Terra, lamenta a falta de definição e transparência a esse respeito.

"Uma usina de carvão poderia ser financiada com as obrigações verdes pel simples fato de estar equipada com uma tecnologia que reduz as emissões. E ainda que permita ser menos poluente, não se torna uma energia limpa", explica.

"Se isso não vem acompanhado pelos emissores (dos títulos) por uma redefinição de sua estratégia (...) com uma diminuição dos investimentos em combustíveis fósseis, as obrigações verdes correm o risco de caírem em descrédito", acrescenta.

Outras dificuldades desses títulos é de origem financeira. Atualmente uma obrigação verde tem as mesmas características que uma obrigação convencional, não é nem mais nem menos atraente para os investidores, nem mais interessante para o emissor - que deve, contudo, fornecer mais informações sobre o caráter ambiental dos projetos.


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