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Estado de Minas

Miami Beach: o centenário do balneário da festa e do art déco


postado em 26/03/2015 15:46

O balneário turístico de Miami Beach, destino de ricos e famosos, completa 100 anos nesta quinta-feira. Haverá comemorações de todo tipo, mas também preocupação pelo futuro sombrio com o aumento do nível do mar.

Graças a quilômetros de belas praias de areia branca, vida noturna que não para, uma das maiores concentrações de edifícios em estilo art déco e grandes feiras de arte, como Art Basel, Miami Beach atrai turistas. Em 2014, foram 14,5 milhões de visitantes.

Miami Beach serviu de cenário para a primeira turnê da banda The Beatles nos Estados Unidos, bem como a lendária luta entre Mohamed Ali e Sonny Liston. No balneário, também foram mortos o estilista Gianni Versace e o gânster Al Capone.

"Esta é uma cidade onde todo mundo quer viver ou visitar, combina o melhor clima do mundo, as melhores praias, uma arquitetura única e grande atividade cultural", resume à AFP o prefeito Philipe Levine.

A pequena cidade-ilha, de 18 km2 e 90 mil habitantes, encravada entre o Oceano Atlântico e Key Biscayne, terá 100 horas de festividades a partir de domingo. Nesta quinta, astros como Andrea Bocelli, Gloria Estefan e Barry Gibb, da banda Bee Gees, serão as principais atrações em um show à beira-mar.

Mas nem tudo é festa: na sexta (27), a cidade contará com especialistas para discutir o aumento no nível do mar devido ao aquecimento global, um dos maiores desafios na cidade, segundo Levine.

Entre incertezas e grandes dificuldades

Nos últimos 50 anos, o nível do mar na Flórida aumentou entre 12 centímetros e 20 centímetros, mas a tendência se acelera, advertem especialistas.

A situação é "crítica", por isso será feito um "enorme investimento em infraestrutura em Miami Beach", explicou à AFP Henry Briceño, professor no Centro de Pesquisas Ambientais do Sudeste (Universidade Internacional da Flórida).

"Dentro de 30 a 40 anos, será preciso fazer mudanças drásticas e a todo momento adaptar a cidade aos novos níveis do mar", pontuou ele.

O balneário foi idealizado por um grupo de investidores, como John Collins e os irmãos Lummus e Carl Fischer. A primeira etapa de esplendor em Miami Beach ocorreu na década de 1920, quando atraía a ricos e famosos, até ser arrasada por um furacão, em 1926, e depois pela Grande Depressão.

Durante a II Guerra Mundial, o local foi transformado em campo de treinamento militar, mas, assim que se encerrou o conflito, voltou a ser um local de residência e celebração, impulsionado pelo fluxo de turistas de classe média.

Na década de 1980, a cidadela se deteriorou como nunca. Junto ao envelhecimento, tanto da população local como da infraestrutura oferecida, apareceram narcotraficantes originários de Miami, integrantes do bando "Cocaine Cowboys", o que fez disparar os níveis de violência.

"A área não chegava a ser barra pesada, mas estava decadente, os alugueis caíram e havia ocasiões em que os edifícios ficavam vazios", disse Jeff Donnelly, historiador na Miami Design Preservation League.

Voltando a ser destino turístico e comercial

Acostumada a renascer, Miami Beach se refez, graças a fama alcançada quando começou a ser usada como cenário para fotógrafos de moda, assim como pelos investimentos para recuperar a região art déco, então degradada.

O prestígio voltou, e com isso voltaram turistas e famosos: Matt Damon, Jennifer Lopez, Ricky Martin, Shakira e Gloria Estefan têm ou tiveram casa por lá.

A chamada "joia carona" segue sendo o bairro art déco, uma centena de quarteirões que concentram por volta de 700 edifícios com formas estilizadas e bastante decoração.

"Em comparação com outros, este lugar tem uma chance maior de se adaptar, pela necessidade de proteger seu valor", conclui Donnelly, ao projetar um futuro promissor para Miami Beach, apesar de desafios como o aquecimento global.


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