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Estado de Minas

Críticas contra Irã e EUA podem render frutos eleitorais a Netanyahu


postado em 04/03/2015 17:01

As críticas do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a um possível acordo entre Irã e as grandes potências sobre o programa nuclear do governo iraniano prejudicam as relações de Israel com os Estados Unidos. No entanto, segundo analistas, seu discurso no Congresso dos EUA pode favorecê-lo nas eleições israelenses.

Diante dos parlamentares, em Washington, Netanyahu focou o debate eleitoral em torno de temas distantes da situação social e econômica. Este segundo aspecto, na opinião do estrategista Stephan Miller, é um de seus pontos fracos.

"O que ajudou Netanyahu foram as duas semanas durante as quais se falou do discurso que ele faria. Porque cada coluna em jornal e cada minuto na televisão dedicados ao Irã e às relações entre Israel e Estados Unidos não se prestaram a temas econômicos", declarou.

Miller ainda disse que o primeiro-ministro "é incapaz de apresentar um planejamento sobre os assuntos que mais interessam ao eleitorado, por isso a melhor estratégia é mudar o tema da conversa".

Nesta quarta-feira, Benjamin Netanyahu rechaçou as críticas do presidente dos EUA, Barack Obama, a seu discurso de ontem. O premiê israelense sentenciou que o acordo sobre o programa nuclear iraniano não impedirá que o governo local obtenha a arma atômica.

Obama rejeitou a ideia de se reunir com o estadista israelense, em meio à visita de 48 horas a Washington. O presidente dos EUA assegurou que o discurso do colega não continha "nada novo", além do que Netanyahu "não ofereceu nenhuma alternativa viável".

Netanyahu, ainda assim, insistiu em que "apresentou uma alternativa prática, que imporia maiores restrições ao programa nuclear iraniano".

O governo iraniano e o grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha) devem chegar a um acordo político antes de 31 de março, cujos detalhes técnicos serão negociados até 1º de julho.

O pacto deve garantir o caráter pacífico e civil do programa nuclear iraniano, em troca da suspensão de sanções internacionais contra o governo persa.

Na opinião de Eytan Gilboa, especialista nas relações entre Israel e Estados Unidos na Universidade Bar Ilan, Netanyahu atuou em duas frentes: um possível acordo com o Irã e a campanha para as eleições gerais em Israel, no dia 17 de março. O atual primeiro-ministro é candidato e tentará o terceiro mandato consecutivo.

"Se tivesse abordado apenas o tema nuclear, Netanyahu poderia adiar o discurso até depois das eleições", avaliou ele. Acontece que, ao fazê-lo, "ele deu vazão a suspeitas de estar agindo assim apenas em função das eleições".

Gilboa ainda destacou as incessantes declarações do primeiro-ministro israelense a respeito do caso iraniano.

Os aliados do chefe de governo garantem que no discurso, ele só tentava evitar um "mau" acordo com Irã. Os opositores, por sua vez, consideram que Netanyahu agiu dessa maneira principalmente por motivos relacionados às eleições.


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