Monitores não conseguem avaliar retirada de armas pesadas do leste ucraniano

Kiev, 04 - Observadores internacionais disseram nesta quarta-feira que os combates entre forças do governo ucraniano e milícias pró-Rússia continuavam a diminuir, mas que não eram capazes de verificar a retirada de armamentos pesados das linhas de frente de combate.

As declarações foram feitas no momento em que a Alemanha repetiu suas advertências sobre a possibilidade de novas sanções contra a Rússia se o acordo de paz, fechado em Minsk, a capital da Bielorrúsia, em 12 de fevereiro, não for implementado. O acordo tem tido sucesso em acalmar a região, mas confrontos esparsos continuam a acontecer.

Os dois lados afirmam que estão retirando suas armas, o segundo passo do acordo de Minsk. Mas a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que monitora o cumprimento do acordo, disse que seus observadores não confirmaram as retiradas porque não tiveram acesso total aos locais que deveriam monitorar.

A missão da OSCE "ainda não está em posição de fornecer relatos sobre a verificação das retiradas", disse Michael Bociurkiw, porta-voz da organização.

Ele responsabiliza os dois lados por uma "abordagem fragmentária", afirmando que os observadores precisam de detalhes sobre as armas das forças ucranianas e dos rebeldes, onde elas estão e para onde estão sendo levadas. Bociurkiw disse que os monitores também precisam ter acesso aos locais de estocagem dos armamentos para verificar se eles não estão voltando para as zonas de conflito.

Bociurkiw afirmou que não pode estimar quando o processo será concluído. "É Incerto...aparentemente, trata-se de um processo longo e complicado e, obviamente, algo que precisa acontecer de boa fé."

Os rebeldes relataram que retiraram totalmente seus armamentos pesados da linha de contato, afirmação contestada por Kiev. A Ucrânia ainda não concluiu a retirada, citando preocupações com a segurança.

Embora Bociurkiw diga que as violações ao cessar-fogo estejam diminuindo, confrontos ainda são registrados nas proximidades da cidade de Donetsk e da vila de Shyrokyne, perto do porto de Mariupol. A Ucrânia informou que um militar morreu nas últimas 24 horas.

Em Bruxelas, a chanceler Angela Merkel disse que a União Europeia está pronta para implementar sanções mais duras contra a Rússia se o acordo de Minsk não funcionar. Fonte: Dow Jones Newswires.