O Parlamento líbio reconhecido pela comunidade internacional aprovou nesta segunda-feira a retomada de sua participação no diálogo político promovido pelas Nações Unidas visando uma saída para a crise que atinge o país, onde dois governos disputam o poder.
A Câmara havia decidido, na semana passada, suspender sua participação nas negociações após o ataque reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no dia 22 de fevereiro, que matou 40 pessoas na localidade de Al-Qoba, no leste do país.
O reinício das negociações foi acertado após uma reunião entre os deputados e o representante da ONU na Líbia, Bernardino León, declarou à AFP o representante Abu Bakr Beira.
As Nações Unidas promovem desde setembro de 2014 uma negociação entre o Parlamento reconhecido pela comunidade internacional e o Congresso Nacional Geral (CGN).
Mais cedo, o presidente do Parlamento anunciou a nomeação do polêmico general Khalifa Haftar - cujas forças combatem há meses os grupos islâmicos no leste do país - para a chefia do Exército.
"Escolhi o general da divisão Khalifa Belgacem Haftar para o posto de comandante geral do Exército, após elevá-lo a tenente-general", declarou Aguila Salah Isa, presidente da câmara.
O porta-voz do chefe de Estado-Maior do Exército, coronel Ahmed al-Mesmari, indicou que o general Haftar prestará juramento na terça-feira ante o Parlamento com sede Tobruk (leste), onde se encontra o militar.
Os deputados decidiram na terça-feira passada criar um posto de "chefe geral do Exército".
O Exército e a polícia estão muito divididos e debilitados na Líbia, onde as autoridades não conseguem controlar as dezenas de milícias formadas por ex-rebeldes que lutaram contra o regime do presidente derrotado Muammar Khadafi.
Haftar, um general aposentado e personalidade polêmica, lançou em maio de 2014 uma operação batizada "Dignidade" contra os grupos armados islamitas que controlam Benghasi, no leste do país.
A Líbia está mergulhada no caos desde a queda, em 2011, do ditador Muammar Kadhafi.