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Estado de Minas

Tsipras diz que não cederá a credores e acusa Portugal e Espanha de sabotagem


postado em 28/02/2015 18:37

O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras disse neste sábado que não se renderá em sua "batalha" com os credores do país, e acusou Espanha e Portugal de tentarem sabotar suas negociações com Bruxelas.

"A batalha continuará", disse o primeiro-ministro Alexis Tsipras ao comitê central de seu partido Syriza. "Quem acha que cederemos ficará decepcionado", acrescentou.

Tsipras afirmou que durante as negociações que levaram ao acordo de extensão do empréstimo, referendado na sexta-feira pelos deputados alemães, a pressão de outros países europeus "teve o caráter de uma chantagem".

"As forças conservadoras (da Europa) tentam nos prender em uma armadilha, para nos levar à asfixia financeira", acrescentou. "Mas a Grécia não cederá às dificuldades", completou.

Segundo Tsipras, a Grécia enfrenta "um eixo de poderes encabeçado por Espanha e Portugal, que tentam jogar por terra as negociações para evitar riscos políticos internos".

Suas declarações foram vistas como una forma de se referir ao auge de partidos contrários à austeridade na Espanha e Portugal, animados pela chegada do Syriza ao poder.

Na Espanha, o Podemos, aliado próximo ao Syriza, encabeça as pesquisas para as eleições gerais do final do ano.

O governo grego, que se comprometeu a manter orçamentos equilibrados e a aplicar medidas sociais para enfrentar a crise humanitária, procurará cobrar impostos dos que "têm dinheiro e nunca pagaram".

Depois que os deputados alemães levantaram na sexta-feira o último obstáculo às ajudas internacionais que deixarão Atenas respirar,Tsipras, anunciou uma série de medidas sociais e o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, afirmou neste sábado que Atenas pode recorrer a um imposto extraordinário para equilibrar seus orçamentos.

"Nos comprometemos a ter orçamentos equilibrados. Se tiver que colocar um imposto extraordinário, o farei, mas será para os que podem pagar (...) Não vamos tirar dinheiro das pessoas que estão sofrendo", declarou o ministro.

"As pessoas que nos interessam são as que têm dinheiro e nunca pagaram. Esse é nosso objetivo e não vamos ter pena", disse.

"Queremos encontrar uma solução para que os que têm dinheiro paguem", insistiu.

Na noite de sexta-feira, o primeiro-ministro Alexis Tsipras havia expressado sua satisfação pelo voto do Parlamento alemão, ao mesmo tempo em que anunciava uma série de medidas previstas no programa eleitoral do Syriza.

"O primeiro projeto de lei que apresentaremos no início da próxima semana, na manhã de segunda-feira, inclui medidas para enfrentar a crise humanitária. Isso, para nós, é a primeira obrigação para uma sociedade que sofre há cinco anos", disse o chefe de governo.

As medidas incluem "o fornecimento gratuito de energia elétrica para 300.000 famílias", assim como um programa de habitação para 30.000 pessoas.

Outros textos vão "proteger centenas de milhares de pessoas que correm o risco de ficar sem habitação", segundo Tsipras.

O chefe de governo também afirmou que o controverso projeto de uma empresa canadense para explorar uma mina de ouro no norte da Grécia não será realizado.

Comentando o voto do Parlamento alemão, Tsipras estimou que "a Europa reconheceu agora que a Grécia abriu um novo capítulo".

"Começamos a trabalhar duro para mudar a Grécia dentro de uma Europa que está mudando de rumo", disse.

O acordo de extensão do empréstimo aprovado na sexta-feira pelos deputados alemães havia sido alcançado na terça-feira após fortes tensões entre Berlim e Atenas.

Atenas precisou entregar, no início da semana, uma lista de reformas, em troca de receber 7,2 bilhões de euros do programa de ajudas que ainda estavam pendentes. A prolongação será por quatro meses, até 30 de junho.

A Grécia precisa deste apoio financeiro para manter sua economia à tona, após anos de crises e medidas de austeridade. Seu PIB voltou a se contrair 0,4% no quarto trimestre de 2014 em relação ao anterior, e não 0,2%, como havia sido estimado em meados de fevereiro, segundo o escritório grego de estatísticas.

O documento elaborado por Atenas não contém prazos ou compromissos especificados, mas é um decisão deliberada, explicou Varoufakis, afirmando que se tratava de uma "imprecisão produtiva".


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