O FBI deteve, nesta segunda-feira, em Nova York, um suposto espião russo, acusado de querer roubar informações financeiras e recrutar moradores da cidade, informou o Ministério Público federal de Manhattan, em um novo evento nas já tensas relações entre as duas potências.
Evgeny Buryakov, de 39 anos, foi detido no Bronx (norte), após uma denúncia judicial que envolve outras duas pessoas que não puderam ser detidas porque têm imunidade diplomática e não vivem mais nos Estados Unidos, acrescentaram as fontes.
"Burkyakov trabalhava nos Estados Unidos como agente de uma agência de inteligência exterior da Rússia, conhecida como 'SVR'", prosseguiu o MP, destacando que o acusado "se fazia passar por funcionário da agência de um banco russo em Manhattan".
Os outros envolvidos na suposta rede de espionagem são Igor Sporyshev, de 40 anos, e Victor Podobnyy, de 27. O primeiro era representante comercial da Federação Russa em Nova York e o segundo era adido da Missão Permanente russa na ONU.
Os três tentavam coletar informações confidenciais sobre possíveis sanções a bancos russos e sobre os esforços de Washington para desenvolver recursos de energia alternativos.
Os acusados foram processados por crimes que podem lhe render penas de cinco a dez anos de prisão. Espera-se que Buryakov seja apresentado nesta segunda-feira à juíza federal de Manhattan, Sarah Netburn.
Segundo o MP, "os esforços para obter dados de inteligência por parte de Sporyshev e Podobnyy incluíam, entre outras coisas, tentar recrutar residentes da cidade de Nova York como fontes de inteligência para a Rússia, encarregar a Buryakov de coletar informação de inteligência e transmitir informes preparados por Buryakov à sede central da SVR em Moscou".
"A detenção de Evgeny Buryakov e as acusações apresentadas contra ele e seus coacusados mostram de forma clara que - mais de duas décadas depois do suposto fim da Guerra fria - espiões russos continuam tentando operar entre nós de forma secreta", disse a promotora federal Preet Bharara.
"Estas acusações demonstram nosso firme compromisso no combate às tentativas de agentes secretos de reunir informação de inteligência ilegalmente e recrutar espiões nos Estados Unidos", afirmou o procurador-geral americano, Eric Holder.
"Usaremos todas as ferramentas à nossa disposição para identificar e responsabilizar agentes estrangeiros que operam neste país, não importa o quanto se escondam", acrescentou.