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Estado de Minas

Obama promete 'aumentar pressão' sobre a Rússia após tragédia em Mariupol


postado em 25/01/2015 13:31

O presidente americano, Barack Obama, declarou neste domingo sua intenção de aumentar a pressão sobre a Rússia, após a morte de trinta civis durante os bombardeios atribuídos aos rebeldes separatistas contra o porto estratégico de Mariupol.

Os bombardeios com lançadores múltiplos de foguetes Grad contra um bairro habitado e a ofensiva anunciada pelos rebeldes contra a última grande cidade do leste separatista sob controle de Kiev, ameaça criar uma nova frente de combates em um conflito que em nove meses fez mais de 5.000 mortos.

A conquista desta cidade permitira a criação de uma ligação terrestre entre a Rússia e a Crimeia, a península ucraniana anexada em março por Moscou, mas altamente dependente de Kiev para o seu abastecimento de água, eletricidade e comida.

O presidente Obama, fazendo coro às críticas ocidentais provocadas pelo ataque, prometeu "prosseguir com a abordagem que adotamos, ou seja, aumentar a pressão sobre a Rússia". "Eu irei analisar todas as opções disponíveis, excluindo o confronto militar", acrescentou durante uma coletiva de imprensa em Nova Delhi.

Em resposta, o chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov, declarou que os novos episódios de violência na Ucrânia registrados nos últimos dias foram provocados por "dezenas de ataques permanentes" do exército ucraniano contra localidades povoadas.

Por sua vez, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, declarou neste domingo que "não há alternativa" aos acordos de paz assinados em setembro com os separatistas pró-russos após o ataque de sábado.

"A Ucrânia é partidária de uma solução pacífica para o conflito. Nós não vemos alternativa aos acordos de Minsk", declarou Poroshenko durante uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança Nacional e Defesa.

'Não esperávamos isso'

As bandeiras foram hasteadas a meio mastro neste domingo em toda a Ucrânia, onde foi decretado um dia de luto nacional.

Em Mariupol, cidade industrial de meio milhão de habitantes, os moradores estavam em choque.

No local dos bombardeios, guardados por soldados, habitantes vinham para ver a destruição.

O veículo de Yulia Kuzmina, de 27 anos, foi destruído por estilhaços, que também atingiram seu apartamento.

"Estava em casa, corri para as escadas. Se não tivesse feito isso, teria me ferido ou morrido", relata à AFP.

"Não esperávamos isso. Agora é perigoso permanecer aqui, mas não podemos partir", diz.

Escalada perigosa

Os líderes ocidentais denunciaram uma "perigosa escalada" do conflito no leste da Ucrânia e pediram à Rússia que cesse seu apoio à rebelião, o que Moscou nega.

Segundo a representante da diplomacia europeia, Federica Mogherini, esta escalada vai, "inevitavelmente, causar uma grave deterioração nas relações entre a UE e a Rússia", já fortemente atingidas pelas sanções da UE e dos Estados Unidos.

A Letônia, atual presidente da UE, pediu novas sanções contra a Rússia, "totalmente responsável pelo ataque dos separatistas contra Mariupol", segundo um tuíte do chefe da diplomacia, Edgars Rinkevics.

Poroshenko, que se reuniu com Mogherini, indicou que os 28 ministros das Relações Exteriores da UE serão convocados na segunda-feira para "coordenar os esforços a fim de aumentar a pressão sobre a Rússia".

O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu a Moscou "o fim imediato" de seu apoio aos separatistas, enquanto o vice-presidente Joe Biden se reuniu no sábado com o presidente ucraniano.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, julgou, por sua vez, "muito perigosa" a escalada na Ucrânia.

No sábado à noite, os 15 países do Conselho de Segurança da ONU tentaram, sem sucesso, desenvolver uma declaração sobre Mariupol, por iniciativa de Londres. Mas a Rússia bloqueou esta iniciativa, de acordo com diplomatas ocidentais.

O Papa Francisco expressou neste domingo sua preocupação com a deterioração da situação na Ucrânia e pediu a "retomada do diálogo e o fim das hostilidades".

O ataque ocorreu dias após o abandono por parte do exército do aeroporto de Donetsk, local altamente simbólico.

Observadores da OSCE presentes no local do ataque, concluíram no sábado que os disparos foram feitos a partir de posições controladas pelos rebeldes e que alguns foguetes caíram a 400 metros de um posto de controle do exército ucraniano.


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