Duas pessoas morreram durante a repressão pela polícia a centenas de trabalhadores rurais que protestavam contra a expropriação de suas terras para a construção de um canal interoceânico na Nicarágua. A denúncia foi feita nesta quarta-feira por um ativista e um deputado da oposição.
As mortes teriam ocorrido na comunidade de Tule, no departamento de Río San Juan, sudoeste de Manágua.
A liderança dos protestos na região, Danilo Lorío, confirmou à AFP que viu os corpos das vítimas estendidos na pista da rodovia, mas que a polícia o impediu de se aproximar das vítimas.
O deputado Eduardo Montealegre, presidente do opositor Partido Liberal Independente, disse que além dos dois mortos, a repressão policial deixou vários feridos.
A ação policial começou na noite de terça-feira e foi intensificada nesta quarta-feira nos departamentos de Rivas e Río San Juan no Pacífico sul, e no município de Nueva Guinea del Caribe sur, onde trabalhadores rurais protestavam em vários trechos da rodovia.
A polícia e o governo não confirmaram até o momento se há vítimas entre os manifestantes.
A concessionária chinesa HKND iniciou na última segunda-feira as obras para a construção do canal interoceânico da Nicarágua na cidade de Rivas, sudoeste do país, sob um ambiente tenso devido às ameaças de protestos.
As obras deslocarão cerca de 30.000 pessoas que vivem onde passará o futuro canal. Na segunda-feira, a concessionária chinesa prometeu o pagamento de indenizações justas e garantiu que não deslocará ninguém enquanto não houver um acordo que satisfaça as partes.