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Estado de Minas

Ditadura argentina: médico e parteira recebem condenação inédita


postado em 23/12/2014 00:10

A Justiça argentina condenou à prisão, nesta segunda-feira, um médico e uma parteira por seu papel no roubo de bebês durante a ditadura no país (1976-1983), em uma sentença inédita envolvendo profissionais da Saúde - informou o tribunal.

Os magistrados condenaram o médico e militar reformado Norberto Atilio Bianco, de 69, a 13 anos de prisão, enquanto a parteira Yolanda Arroche, de 85, foi condenada a sete anos. Já o terceiro profissional envolvido no caso, o médico Raúl Eugenio Martín, de 75, foi absolvido.

O médico militar Bianco, que esteve foragido e acabou preso em 2008 no Paraguai, foi considerado "coautor de subtração, retenção e ocultamento de menores", e a parteira Arroche, "partícipe necessária na falsificação de documentos" dos recém-nascidos.

Os três foram julgados por sua atuação na maternidade clandestina que funcionou no centro de detenção de Campo de Mayo, em Buenos Aires. Nesse local, jovens sequestradas grávidas davam à luz algemadas e com os olhos vendados. Seus filhos eram roubados e entregues para adoção ilegal, concretizada com identidade falsa.

O tribunal também condenou o repressor Santiago Omar Riveros, de 91 anos, e o ex-ditador Reynaldo Bignone, de 86, a penas de 30 anos e 16 anos, respectivamente. Sobre ambos já pensam condenações de prisão perpétua por outros crimes contra a humanidade. Riveros e Bignone foram considerados culpados em sua condição de chefes da área onde a maternidade clandestina funcionou.

O tribunal absolveu o médico Raúl Eugenio Martín, ex-chefe da Clínica Médica do hospital militar, e ordenou sua libertação imediata por considerar que não havia provas suficientes contra ele.

O demandante no processo, o movimento Avós da Praça de Maio, havia solicitado penas mais duras contra os acusados que chegavam a 30 anos no caso de ambos os médicos, e a 12 anos, para a parteira.

Embora tenha reduzido as penas solicitadas pela acusação, a sentença expôs e apontou, pela primeira vez, para a responsabilidade de médicos e assistentes no roubo de bebês durante a ditadura, aspecto no qual a Justiça argentina ainda não havia avançado em julgamentos anteriores.


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