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Estado de Minas

Anti-islamita Essebsi vence as presidenciais na Tunísia


postado em 22/12/2014 18:22

O ex-primeiro-ministro Beji Caid Essebsi, de 88 anos, venceu as eleições presidenciais da Tunísia, quatro anos depois da queda de Abidine Ben Ali, em consequência de uma revolta popular que deu origem à Primavera Árabe.

Essebsi conquistou a presidência com 55,68% dos votos, ficando à frente do atual presidente, Moncef Marzuki, de acordo com a Comissão Eleitoral.

Ele teve mais de 1,7 milhão de votos no segundo turno do pleito, celebrado este domingo, contra mais de 1,3 milhão para seu adversário (44,32% dos votos), informou o presidente da comissão eleitoral, Chafik Sarsar.

A participação atingiu 60,1% das pessoas habilitadas a votar.

O ex-premiê e líder do principal partido da Tunísia já havia reivindicado a vitória no segundo turno da eleição realizado no domingo, um resultado contestado de imediato por seu adversário.

Nesta segunda-feira, no entanto, Marzouki cumprimento o presidente eleito pela vitória, revelou seu diretor de campanha.

Essebsi agradeceu a Marzouki pelo gesto que "estabelece as bases de uma democracia estável", segundo um comunicado divulgado por seu partido.

"O futuro da Tunísia está no consenso e a Tunísia precisa de todos os seus filhos, sem exclusões, nem discriminação", acrescentou o presidente eleito.

Essebsi também prometeu ser "o presidente de todos os tunisianos".

Marzouki exortou os tunisianos a "preservar a paz social". "O êxito das eleições e a culminação do período de transição são, por si, um grande para todos os tunisianos", avaliou.

Os partidários de Essebsi já tinham comemorado, na noite de domingo, em frente à sede de campanha do candidato na cidade da Tunísia e voltaram a reunir, nesta segunda-feira, para continuar festejando.

Sua eleição também provocou a ira de alguns adversários. No sul do país, em Hamma, foram registrados confrontos com a polícia na noite de domingo. Segundo o ministério do Interior, novos confrontos ocorreram nas primeiras horas da tarde desta segunda-feira e duas delegacias foram incendiadas.

Essebsi, um ferrenho partidário de um Estado laico, foi nomeado primeiro-ministro provisório em fevereiro de 2011.

Ele conduziu o país com mão de ferro até as primeiras eleições livres de sua história, em outubro deste ano, vencida pelo partido islamita Ennahda.

Sua carreira é longa. Ele foi ministro do Interior, da Defesa e das Relações Exteriores com o primeiro presidente e pai da independência tunisiana, Habib Bourguiba. Depois foi presidente do Parlamento no período 1990-1991 sob presidência de Zine el Abidine Ben Ali, o mesmo líder que afastou Bourguiba do poder.

Por isso foi acusado por seu adversário de ser um simples produto do antigo regime, que foi derrubado em janeiro de 2011, depois de uma histórica revolta popular que fez nascer a chamada Primavera Árabe.

Em meio às comemorações, sua eleição também provocou a revolta de alguns adversários. No sul do país, em El Hamma, foram registrados choques com a polícia.

Essebsi será o primeiro presidente eleito democraticamente desde a independência do país em 1956.

Habib Bourguiba, o primeiro presidente, e Zine el Abidine Ben Ali, que em janeiro de 2011 fugiu para a Arábia Saudita, sempre recorreram à fraude ou plebiscito. Marzouki foi eleito em 2011 pela Constituinte com o apoio dos islamitas do Ennahda.

Com estas eleições, os tunisianos esperam selar quatro anos de difícil transição, desde a queda em janeiro de 2011 de Ben Ali.

A campanha presidencial foi muito difícil, já que os candidatos não deixaram de trocar ataques e insultos.

Essebsi se apresentou como o único político capaz de reparar os erros do partido Ennahda, no poder de 2012 no início de 2014, e de seu aliado Marzouki.

Agora, o partido de Essebsi, Nidaa Tunes, deverá formar o próximo governo buscando uma coalizão, já que carece de maioria absoluta no parlamento.

O presidente americano, Barack Obama, não demorou a felicitar Essebsi por sua vitória, que, segundo eles, constitui uma etapa crucial para a transição democrática do país.

"Os Estados Unidos estão ansiosos por trabalhar estreitamente com o presidente eleito e o novo governo desde que se empenhem em manter os ideais da revolução tunisiana e responder às aspirações dos tunisianos em termos de segurança, de oportunidades econômicas e de dignidade", afirmou seu porta-voz, Josh Earnest, em um comunicado.

Já a União Europeia destacaram o fato de os tunisianos terem "escrito um capítulo histórico na transição democrática do país".

"A União Europeia está determinada a trabalhar com as novas autoridades tunisianas e todos os componentes da sociedade para contribuir para a consolidação democrática prevista pela nova Constituição", afirmou em um comunicado a chanceler do bloco, Federica Mogherini.


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