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Estado de Minas

EUA devolvem ao Afeganistão quatro detentos de Guantánamo


postado em 20/12/2014 20:55

Quatro detentos da prisão da base americana de Guantánamo, em Cuba, foram repatriados para o Afeganistão - informou o Departamento da Defesa dos Estados Unidos.

O Pentágono declarou que, "após uma análise minuciosa" de seus antecedentes, os quatro presos - Shawali Khan, Khi Ali Gul, Abdul Ghani e Mohammed Zahir -, todos afegãos, foram transferidos da prisão para retornar a seu país.

"Como resultado da análise, que examinou uma série de fatores, incluindo assuntos de segurança, os seis departamentos e organismos da força especial de tarefas aprovaram por unanimidade a transferência dos homens", afirmou o Pentágono em um comunicado.

"Essas repatriações refletem o contínuo compromisso do Departamento da Defesa com o fechamento do centro de detenção em Guantánamo de uma maneira responsável", afirmou o enviado do Pentágono para o tema, Paul Lewis.

A repatriação dos quatro afegãos acontece após o envio, no início do mês, de outros seis presos de Guantánamo (um palestino, um tunisiano, três sírios e um sírio-libanês) para o Uruguai, aonde chegaram com as famílias sob a condição de refugiados e iniciaram um processo de inclusão social.

Depois dessas transferências, restam 132 detentos na base americana, o que aproxima o presidente Barack Obama de cumprir a promessa de fechar a prisão até o fim de seu mandato. O presídio foi criado para alojar presos após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Os quatro afegãos, com idades entre 40 e 50 anos, foram capturados em seu país entre 2002 e 2003, sob suspeita de terem vínculos com os talibãs e com a rede terrorista Al-Qaeda. Há tempos, porém, seus advogados argumentavam que as provas contra eles eram insuficientes.

O advogado de Abdul Ghani, detido em Kandahar em dezembro de 2002, afirmou que seu cliente era um simples agricultor, detido por estar no lugar e na hora errados.

"Ghani nunca deveria ter sido preso, e muito menos durante uma década", afirmou o advogado Barry Wingard, um tenente-coronel reformado da Força Aérea.

"Depois de vários anos de um tratamento terrível nas mãos de seus captores, Abdul volta para sua terra natal tão inocente quanto no dia em que foi separado de sua família", completou o advogado.

A defesa de Shawali Khan, entregue ao Exército americano por seus colegas afegãos em novembro de 2002, denunciou que ele foi enviado para Guantánamo com base em evidências não corroboradas e procedentes de um único informante.

Em Cabul, o Alto Conselho de Paz do Afeganistão, criado pelo governo para fortalecer as relações com os rebeldes, comemorou a libertação dos quatro presos, que se reunirão com suas famílias "em um futuro próximo" - informou a organização.

O Conselho "pede insistentemente que todos os prisioneiros restantes sejam transferidos o quanto antes", indicou em um comunicado.

O Departamento de Estado americano comentou que essas libertações vão ajudar a estabelecer laços mais estreitos com o Afeganistão.

"Os Estados Unidos esperam que essas repatriações sejam um passo adiante para fortalecer as relações entre ambos os países", afirma um comunicado.

Obama chegou ao poder há seis anos, prometendo fechar Guantánamo, mas seus esforços têm sido frustrados diante de uma combinação da oposição no Congresso e a dificuldade de encontrar países que recebam os prisioneiros. Esses detentos costumam ser rejeitados por seus países, devido à suspeita de vínculos com o terrorismo.

Dos 132 presos que restam em Guantánamo, 63 foram declarados "libertáveis" pelo governo de Obama, mas 54 deles são iemenitas e não conseguem voltar às suas casas, devido à crise que o país atravessa.

Pelo menos 15 são classificados como presos de "alto valor", entre os quais estão o autor intelectual dos ataques do 11 de Setembro, Khalid Sheikh Mohamed, e o indonésio Riduan bin Isomuddi, descrito como o "Osama bin Laden do Sudeste Asiático".

A legislação americana atual proíbe a transferência para os Estados Unidos de qualquer preso de Guantánamo para que seja julgado, ou libertado.

Para que a prisão seja fechada, Obama terá de persuadir o Congresso a aceitar transferir os presos para instalações nos Estados Unidos, o que é pouco provável, segundo analistas.


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