Os liberianos votavam neste sábado em eleições para o Senado, que tinham sido adiadas por causa da epidemia de Ebola, e os eleitores cumpriam estritas medidas de higiene, como lavar as mãos antes de votar e manter uma distância de segurança.
As eleições coincidem com o giro regional do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para impulsionar o combate à epidemia.
Ban Ki-moon chegou no sábado pela manhã a Conakry, na Guiné, o primeiro país afetado pelo vírus, onde o temor do Ebola provocou na sexta-feira uma explosão de violência na cidade de Kissidougou, no sul do país.
Centenas de jovens, que temem uma contaminação em seu bairro, impediram com violência a instalação de um centro de tratamento de Ebola da organização Médicos sem Fronteiras no local, informou neste sábado uma fonte das forças de segurança.
"Primeiro, saquearam as instalações, especialmente as barracas da MSF, atearam fogo às lonas e destruíram cadeiras para expulsar o pessoal sanitário e oficial que tinha se instalado no local", disse, por telefone de Conacry, o delegado Houlémou.
A votação para eleger 15 dos 30 componentes da Câmara Alta foram adiadas duas vezes por causa do avanço da epidemia neste país empobrecido. O Ebola já matou mais de 3.200 pessoas no país. As eleições estavam previstas para 14 de outubro, mas foram adiadas por dois dias e depois para este sábado.
O astro do futebol George Weah -- que jogou no Chelsea e no AC Milão antes de pendurar as chuteiras, em 2003 -- e o filho da presidente Ellen Johnson Sirleaf, Robert Sirleaf, estão entre os 139 candidatos.
Situada no oeste da África, a Libéria concentrou mais da metade dos óbitos da epidemia de Ebola: 3.346 de um total de 7.373, segundo o balanço mais recente da Organização Mundial da Saúde, divulgado neste sábado. É seguido pelos vizinhos Serra Leoa (2.477 óbitos) e Guiné (1.550).