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Estado de Minas

EUA devolvem ao Afeganistão quatro detentos de Guantánamo


postado em 20/12/2014 17:40

Quatro detentos da prisão da base americana de Guantánamo, em Cuba, foram repatriados para o Afeganistão - informou o Departamento da Defesa dos Estados Unidos.

O Pentágono declarou que, "após uma análise minuciosa" de seus antecedentes, os quatro presos - Shawali Khan, Khi Ali Gul, Abdul Ghani e Mohammed Zahir -, todos afegãos, foram transferidos da prisão para retornar a seu país.

"Como resultado da análise, que examinou uma série de fatores, incluindo assuntos de segurança, os seis departamentos e organismos da força especial de tarefas aprovaram por unanimidade a transferência dos homens", afirmou o Pentágono em um comunicado.

A repatriação dos quatro afegãos acontece após o envio, no início do mês, de outros seis presos de Guantánamo para o Uruguai, aonde chegaram com as famílias sob a condição de refugiados e iniciaram um processo de inclusão social.

Depois dessas transferências, restam 132 detentos na base americana, o que aproxima o presidente Barack Obama de cumprir a promessa de fechar a prisão até o fim de seu mandato. O presídio foi criado para alojar presos após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Os quatro afegãos, com idades entre 40 e 50 anos, foram capturados em seu país entre 2002 e 2003, sob suspeita de terem vínculos com os talibãs e com a rede terrorista Al-Qaeda. Há tempos, porém, seus advogados argumentavam que as provas contra eles eram insuficientes.

O advogado de Abdul Ghani, detido em Kandahar em dezembro de 2002, afirmou que seu cliente era um simples agricultor, detido por estar no lugar e na hora errados.

A defesa de Shawali Khan, entregue ao Exército americano por seus colegas afegãos em novembro de 2002, denunciou que ele foi enviado para Guantánamo com base em evidências não corroboradas e procedentes de um único informante.

Em Cabul, o Alto Conselho de Paz do Afeganistão, criado pelo governo para fortalecer as relações com os rebeldes, comemorou a libertação dos quatro presos, que se reunirão com suas famílias "em um futuro próximo" - informou a organização.

O Conselho "pede insistentemente que todos os prisioneiros restantes sejam transferidos o quanto antes", indicou em um comunicado.

Obama chegou ao poder há seis anos, prometendo fechar Guantánamo, mas seus esforços têm sido frustrados diante de uma combinação da oposição no Congresso e a dificuldade de encontrar países que recebam os prisioneiros. Esses detentos costumam ser rejeitados por seus países, devido à suspeita de vínculos com o terrorismo.

Dos 132 presos que restam em Guantánamo, 63 foram declarados "libertáveis" pelo governo de Obama, mas 54 deles são iemenitas e não conseguem voltar às suas casas, devido à crise que o país atravessa.

Pelo menos 15 são classificados como presos de "alto valor", entre os quais estão o autor intelectual dos ataques do 11 de Setembro, Khalid Sheikh Mohamed, e o indonésio Riduan bin Isomuddi, descrito como o "Osama bin Laden do Sudeste Asiático".

A legislação americana atual proíbe a transferência para os Estados Unidos de qualquer preso de Guantánamo para que seja julgado, ou libertado.

Para que a prisão seja fechada, Obama terá de persuadir o Congresso a aceitar transferir os presos para instalações nos Estados Unidos, o que é pouco provável, segundo analistas.


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