Embora o restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba sinalizem um passo em direção ao fim do embargo econômico à ilha, a possibilidade de um avanço nas relações bilaterais ainda no segundo mandato de Obama é improvável. Essa é a opinião do consultor do Centro Internacional da Fiemg, Alexandre Brito, que não vê cenário político favorável para a volta das relações comerciais.
Para restabelecer o comércio entre os países, o presidente norte-americano precisa da aprovação na Câmara e Senado, ambos com maioria republicana. Segundo Alexandre Brito, a Florida, governada também pelo partido de oposição, é um entrave. Grande parcela de eleitores do estado são imigrantes cubanos, que fazem dura oposição aos governos dos irmãos Castro. "Qualquer passo na direção de um acordo econômico contraria o eleitorado da Flórida, que tem um lobby muito organizado dentro do partido republicano e deu a vitória em 2008 e 2012 a Obama no estado", analisa Brito.
Como não houve até agora qualquer avanço nas relações econômicas entre Cuba e EUA, o Brasil segue sem sofrer nenhum impacto positivo ou negativo. Os brasileiros exportam para Cuba produtos manufaturados, alimentos, móveis e máquinas em geral e importa basicamente produtos farmacêuticos.
Dia histórico
Os presidentes de Estados Unidos e Cuba declararam nesta quarta-feira a volta das relações diplomáticas entre os países depois de 53 anos.
"Acertamos o restabelecimento das relações diplomáticas. Isto não quer dizer que o principal tenha sido resolvido: o bloqueio econômico", disse Raul Castro, que confirmou, também, a libertação de três agentes cubanos presos nos Estados Unidos, assim como as do funcionário terceirizado do governo americano Alan Gross e de um "espião de origem cubano" a serviço de Washington em Cuba.
Da Casa Branca Obama disse: "Através dessas mudanças, tentamos criar mais oportunidades para os povos americanos e cubanos e iniciar um novo capítulo" e também declarou a soltura de cubanos.