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Estado de Minas

Fim do bloqueio a Cuba no governo Obama é improvável, diz especialista

Alexandre Brito, consultor do Centro Internacional da Fiemg, analisa a reaproximação diplomática de Estados Unidos e Cuba


postado em 17/12/2014 17:48 / atualizado em 17/12/2014 18:51

Embora o restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba sinalizem um passo em direção ao fim do embargo econômico à ilha, a possibilidade de um avanço nas relações bilaterais ainda no segundo mandato de Obama é improvável. Essa é a opinião do consultor do Centro Internacional da Fiemg, Alexandre Brito, que não vê cenário político favorável para a volta das relações comerciais.

Para restabelecer o comércio entre os países, o presidente norte-americano precisa da aprovação na Câmara e Senado, ambos com maioria republicana. Segundo Alexandre Brito, a Florida, governada também pelo partido de oposição, é um entrave. Grande parcela de eleitores do estado são imigrantes cubanos, que fazem dura oposição aos governos dos irmãos Castro. "Qualquer passo na direção de um acordo econômico contraria o eleitorado da Flórida, que tem um lobby muito organizado dentro do partido republicano e deu a vitória em 2008 e 2012 a Obama no estado", analisa Brito.

Sobre o acordo entre os dois países, Alexandre Brito concorda com a fala de Obama, que considerou o bloqueio uma iniciativa ineficaz."O objetivo era isolar Cuba, mas o país comandado por Raul Castro mantém relações com Europa e América Latina", afirma. Além disso, a justificativa de que os Estados Unidos mantêm o embargo pelo fato de lá haver uma ditadura já não é plausível, uma vez que as relações com a China seguem fortes do ponto de vista comercial. "Apesar disso, o eleitorado da Florida tem uma importância muito grande no processo eleitoral dos Estados Unidos, em um mandato com maioria Republicana no congresso o fim do embargo seria possível, mas nesse governo não acredito.", explica Alexandre Brito.

Como não houve até agora qualquer avanço nas relações econômicas entre Cuba e EUA, o Brasil segue sem sofrer nenhum impacto positivo ou negativo. Os brasileiros exportam para Cuba produtos manufaturados, alimentos, móveis e máquinas em geral e importa basicamente produtos farmacêuticos.

Dia histórico

Os presidentes de Estados Unidos e Cuba declararam nesta quarta-feira a volta das relações diplomáticas entre os países depois de 53 anos.

"Acertamos o restabelecimento das relações diplomáticas. Isto não quer dizer que o principal tenha sido resolvido: o bloqueio econômico", disse Raul Castro, que confirmou, também, a libertação de três agentes cubanos presos nos Estados Unidos, assim como as do funcionário terceirizado do governo americano Alan Gross e de um "espião de origem cubano" a serviço de Washington em Cuba.

Da Casa Branca Obama disse: "Através dessas mudanças, tentamos criar mais oportunidades para os povos americanos e cubanos e iniciar um novo capítulo" e também declarou a soltura de cubanos.


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