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Estado de Minas

Principal ainda não foi resolvido, diz Raul Castro sobre bloqueio econômico

Presidente cubano comemorou retomada das relações diplomáticas mas lamentou permanência do veto a relações comerciais


postado em 17/12/2014 17:22 / atualizado em 17/12/2014 18:03

Raul declarou que decisões de rever as políticas merecem
Raul declarou que decisões de rever as políticas merecem "respeito e reconhecimento do povo cubano" (foto: CubanTV/AFP)
O presidente cubano Raul Castro anunciou nesta quarta-feira que, durante conversa por telefone com o presidente americano, Barack Obama, na véspera, "acertamos o restabelecimento das relações diplomáticas", mas lamentou que Washington mantenha o bloqueio econômico contra Cuba.

Raul declarou que a decisão de Obama de mudar a política mantida há meio século pelo governo comunista da ilha, anunciada ao mesmo tempo em Washington pelo presidente americano, merece "respeito e reconhecimento do povo cubano".

"Acertamos o restabelecimento das relações diplomáticas (cortadas por Washington em 1961). Isto não quer dizer que o principal tenha sido resolvido: o bloqueio econômico", imposto em 1962, disse Castro. O presidente confirmou, também a libertação de três agentes cubanos presos nos Estados Unidos, assim como a do funcionário terceirizado do governo americano Alan Gross e de um "espião de origem cubano" a serviço de Washington em Cuba.

"Chegaram hoje à nossa pátria Gerardo (Hernández), Ramón (Labañino) e Antonio (Guerrero)", os três cubanos que continuavam presos nos Estados Unidos, dos cinco agentes detidos em 1998 e condenados a longas penas de prisão por espionagem. Havana tinha realizado uma grande campanha internacional pela libertação de seus "cinco heróis". Até agora, nenhum dos dois países tinha informado sobre o "espião de origem cubana".

"Baseados em razões humanitárias, hoje também foi devolvido ao seu país o cidadão americano Alan Gross", disse Raul sobre o funcionário terceirizado detido em 2009 e condenado a 15 anos de prisão por distribuir equipamentos de comunicação a grupos civis cubanos, o que complicou os laços de Havana com o governo Obama, que exigia sua libertação incondicional.

"Esperei 50 anos"


A decisão de Obama de mudar a política com relação a Cuba, que "busca renovar a liderança no continente americano", segundo a Casa Branca, foi anunciada um ano depois do histórico aperto de mãos entre Obama e Raul Castro na África do Sul, durante os funerais do ex-presidente Nelson Mandela.

"Resultado de um diálogo no mais alto nível, que incluiu uma conversa por telefone que tive ontem com o presidente Barack Obama, foi possível avançar na solução de alguns temas de interesse para os dois países", disse o presidente cubano, convocando seu colega americano a suavizar o embargo com seus "poderes executivos", pois para eliminá-lo se exige a aprovação do Congresso.

"Esta decisão do presidente Obama merece o respeito e o reconhecimento do nosso povo", acrescentou o presidente, ao mesmo tempo em que agradeceu o apoio do papa Francisco e do governo do Canadá na aproximação entre Cuba e Estados Unidos, confrontados por disputas políticas desde a vitória da revolução de Fidel Castro em 1959.

"Ainda que as medidas do bloqueio tenham sido transformadas em lei, o presidente dos Estados Unidos pode modificar sua aplicação com o uso de suas faculdades executivas. Propomos ao governo dos Estados Unidos que adote medidas mútuas para melhorar o clima bilateral e avançar para a normalização dos vínculos entre os nossos países", prosseguiu.

O ex-diplomata americano Wayne Smith, ex-chefe da Seção de Interesses dos Estados Unidos em Havana (SINA), que opera na falta de uma embaixada, disse à AFP: "Esperei 50 anos ou mais por este momento". "Esperei 50 anos, mas sabia que chegaria um dia ou outro (...) os Estados Unidos são o único país que não têm relações com Cuba (...), é uma política do passado", acrescentou Smith, que chefiou a SINA entre 1979 e 1982 e está visitando a ilha.
(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

Papa Francisco


"Quero agradecer e reconhecer o apoio do Vaticano e, especialmente, do Papa Francisco, ao melhoramento das relações entre Cuba e Estados Unidos. Igualmente, ao governo do Canadá pelas facilidades criadas para a realização do diálogo de alto nível entre os dois países", afirmou Raul Castro, que sucedeu no comando do único país comunista do Ocidente seu irmão, Fidel, afastado do poder em 2006 por motivos de saúde.

Nos Estados Unidos vivem quase dois milhões de migrantes cubanos e seus descendentes, que mantêm estreitos laços com seus familiares na ilha, os quais foram favorecidos por Obama, que eliminou as restrições a suas viagens a Cuba e ao envio de remessas.

Raul destacou "a imensa alegria dos familiares dos três agentes libertados e de todo o nosso povo, que se mobilizou incansavelmente com este objetivo". Os outros dois agentes do grupo de cinco, René González e Fernando González, voltaram à ilha após cumprir suas sentenças no fim de 2011 e começo de 2012, respectivamente.


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