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Estado de Minas

Opep mantém teto de produção inalterado


postado em 27/11/2014 19:37

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu nesta quinta-feira manter inalterado o seu teto de produção, apesar da maior queda nos preços de petróleo bruto registrada desde 2010.

"Não haverá corte da produção", afirmou o ministro do Kuwait, Ali Saleh al-Omair, ao fim de uma reunião dos membros da Opep, marcada por divergências.

Em vigor desde 2011, o teto de produção da Organização de Países Exportadores de Petróleo, de 30 milhões de barris diários (mbd), manteve os preços do barril perto ou acima dos 100 dólares. Desde junho, contudo, a matéria-prima tem sofrido uma desvalorização de aproximadamente 30% de seu valor.

As declarações do poderoso ministro saudita do Petróleo, Ali al-Naimi, sugerindo que "o mercado se estabilizará sozinho", enterrou as esperanças dos mercados, que apostavam que a Opep cortará sua produção, para sustentar os preços.

- Venezuela perde a disputa na Opep -

Em oposição ao ministro saudita, o chanceler venezuelano Rafael Ramírez ressaltou o excesso de oferta no mercado pelo aumento da produção de países não membros da Opep, como Rússia e México, convidados a Viena para participar de consultas visando a uma ação conjunta de estabilização do mercado.

Segundo Ramírez, há "uma abundância de oferta de dois milhões de barris diários", o que torna necessário cortar a produção para que os preços voltem a "um nível justo" (em torno dos 100 dólares o barril), tanto para produtores como para consumidores.

Após a decisão da Opep, o preço do petróleo recuou, nesta quinta-feira, em Londres e Nova York, onde o WTI (West Texas Intermediate) ficou abaixo dos 70 dólares o barril pela primeira vez desde 2010.

A queda dos preços do barril tem afligido maioria dos países da Opep, particularmente Venezuela, Irã, Iraque, Equador e Nigéria, que para continuar com seus programas sociais e cumprir os pagamentos da dívida precisam de um barril por volta dos 100 dólares.

Mas a Arábia Saudita, maior produtora da Opep, que conta com gigantescas reservas em divisas, não compartilha essas preocupações, e pode se manter em uma situação relativamente confortável com os preços baixos.

Na saída da reunião, Ramírez, que geralmente é muito simpático, foi visto irritado e se recusou a falar com os jornalistas. Enquanto isso, Al Naimi disse que havia sido "uma boa reunião" e "uma boa decisão".

Guerra de preços ou por cotas de mercado?

A queda dos preços do petróleo bruto deve-se, sobretudo, ao inesperado aumento da produção nos Estados Unidos - graças ao petróleo de xisto -, e de Brasil, Canadá e Rússia, em um contexto de desaceleração do crescimento na China e estagnação na Europa, o que contraiu a demanda.

Alguns analistas especulam que o objetivo do ministro da Arábia Saudita - o homem mais poderoso no mundo do petróleo - não é o preço do barril, que pode deixar de cair, mas o petróleo de xisto, cuja produção cresceu significativamente nos Estados Unidos, que, graças a isso, caminha a passos largos para a autossuficiência energética.

Os altos preços do barril até junho viabilizaram a exploração de poços que precisam de técnicas caras, como a fratura hidráulica ('fracking'). Mas se os preços continuarem caindo, a produção de xisto pode ser seriamente impactada, e os investimentos nesse setor abandonados, especulam analistas.

Esse foi o ponto levantado por vários ministros árabes em Viena ao defenderem que a Opep deveria pensar em uma "estabilização de longo prazo" dos mercados, e não em soluções de curto prazo.

Outros especialistas, consultados pela AFP, estimam que os preços do petróleo bruto não estão nas mãos da Opep, que fornece um terço do petróleo bruto consumido no mundo. Mas lembram, entretanto, que em 2008 a Opep se reuniu na Argélia e retirou do mercado 2 mbd,causando aumento dos preços.

O ministro saudita negou que esteja engajado em uma "guerra de preços", e afirmou há algumas semanas no México que é o mercado que determina os preços do petróleo, que variam "de acordo com a oferta e a demanda".

O secretário geral da Opep, Abdalá Salem el Badri, pediu nesta quinta-feira que "não entrem em pânico" pela queda de preços. "Temos que esperar para ver como o mercado reage", disse.

Poucos minutos depois da reunião, o WTI registrou o menor preço desde 7 de junho de 2010, e o Brent o mais baixo desde agosto desse mesmo ano.


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