O nível de confiança das empresas alemãs subiu em novembro após seis meses consecutivos de queda, o que confirmaria a tese de uma recuperação da primeira economia europeia.
O índice do instituto Ifo, que avalia esse nível de confiança, ficou neste mês em 104,7 pontos, em comparação aos 103,2 em outubro. "A situação é percebida como um pouco melhor do que no mês anterior, e as perspectivas para os próximos meses começam a melhorar", afirma um comunicado do instituto.
Somado ao expressivo aumento na semana passada do índice ZEW, que mede a confiança nos meios financeiros alemães, o barômetro Ifo constitui, segundo os especialistas, outro sinal positivo para a economia da Alemanha, que enfrentou dificuldades no segundo e no terceiro trimestres deste ano.
"Finalmente uma estabilização", reagiu Carsten Brzeski, economista do banco ING, que considera o Ifo, o indicador mais confiável entre os publicados nos últimos tempos, e deduz que a economia alemã tomará fôlego no quarto trimestre.
Outro motivo de satisfação é que a confiança dos empresários melhoraram em todos os setores, seja na indústria manufatureira, na construção civil, no varejo ou no comércio atacadista, que teve uma melhora espetacular.
"A desvalorização do euro e a forte queda do preço do petróleo sem dúvida contribuíram com isso, assim como a política monetária do Banco Central Europeu (BCE)" analisa Christian Schulz, do banco Berenberg.
"O avanço do Ifo nos faz esperar que a economia alemã não se encaminhará para a recessão, mas, pelo contrário, deixará progressivamente no início de 2015 da quase estagnação dos últimos meses", prevê Michael Holstein, do DZ Bank.
- Os riscos continuam altos -
Os especialistas, no entanto, estão cautelosos com a boa notícia. "A incerteza, sobretudo ao se considerar a situação geopolítica, continua sendo alta e constitui, portanto, um risco para as perspectivas conjunturais", destaca Thilo Heidrich de Postbank.
Para Brzeski, do ING, "a economia alemã continua sendo uma longa transição entre o fim de um ciclo de reformas virtuosas e os desafios gerados por uma economia obsoleta".
"Embora o aumento da confiança dos empresários em novembro seja considerado um alívio, ao mesmo tempo revela um crescimento que é lento" opina, por outro lado, Jennifer McKeown, da Capital Economics.
A Alemanha escapou por pouco da recessão -que se caracteriza por dois trimestres consecutivos de queda do PIB- no terceiro trimestre, graças a uma pequena alta do Produto Interno Bruto de 0,1%, após um retrocesso de 0,1% no segundo.
O governo alemão aposta por um crescimento de 1,2% em 2014, e de 1,3% em 2015.