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Estado de Minas

Juiz condena ex-coronéis que torturaram pai da presidente do Chile


postado em 21/11/2014 15:40

Dois ex-coronéis da Força Aérea do Chile foram condenados nesta sexta-feira por utilizar torturas que causaram a morte na prisão do pai da presidente presidente Michelle Bachelet, em 1974, informou o Poder Judicial.

A medida, de primeira instância, foi adotada pelo juiz Mario Carroza contra os ex-coronéis de aviação Edgar Cevallos Jones e Ramón Cáceres Jorqueda, condenados a dois e três anos de prisão, respectivamente.

Na sentença, à qual a AFP teve acesso, Cevallos Jones, de 83 anos, e Cáceres Jorquera, de 80, foram condenados como coautores do "delito reiterado de aplicação de tormentos" contra Alberto Bachelet, ex-general da Força Aérea do Chile, pai da atual presidente chilena.

Bachelet foi preso depois do golpe de Estado que instaurou a ditadura de Augusto Pinochet, em 1973. Meses depois morreu de um ataque cardíaco, ocasionado por um enfraquecimento motivado pelas torturas, segundo estabeleceu a justiça.

O ex-general Bachelet permaneceu detido na Academia de Guerra, onde foi torturado pelos próprios subalternos. Acabou sendo hospitalizado e, mais tarde, passou para prisão domiciliar.

Bachelet foi submetido a um Conselho de Guerra junto a todos os oficiais que se mantiveram leais ao governo do socialista Salvador Allende, acusados de "traição da pátria".

A esposa e sua filha Michelle também foram detidas em centros de torturas.

"O que sinto é muita tranquilidade. Nós não pedimos nada além da verdade", declarou aos jornalistas Angela Jeria, esposa do general Bachelet, ao ser informada da decisão.

Por sua parte, o porta-voz do governo, Alvaro Elizalde, assinalou que a sentença "constitui um passo a mais para avançar até a verdade e a justiça de que o Chile necessita".

Em sua decisão, o juiz considerou a idade dos militares e outras atenuantes.

Cáceres está internado há seis meses num lar para idosos.

Os dois podem apelar da decisão ante a Corte de Apelações.

A investigação sobre a morte do general Bachelet faz parte de uma série de interrogatórios iniciados em 2011 pela justiça chilena em relação às morte não esclarecidas durante a ditadura.

Dentro desta investigação, a justiça ratificou que o general reformado Fernando Matthei não participou na morte de Alberto Bachelet.

Matthei, pai da candidata de direita que Michelle Bachelet venceu nas eleições em dezembro passada, comandava a Academia de Guerra onde Bachelet esteve detido, mas não estava a par das torturas.

Os ex-generais Bachelet e Matthei eram muito amigos e suas filhas também.

A ditadura de Pinochet, que terminou em 11 de março de 1990, deixou um saldo de mais de 3.000 mortos e outras 37.000 vítimas que sofreram com a prisão e torturas.


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