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Estado de Minas

Chefe do Estado-Maior assume Presidência de Burkina Faso


postado em 31/10/2014 14:10

O chefe do Estado-Maior do Exército burquinense, general Nabéré Honoré Traoré, anunciou nesta sexta-feira em um comunicado que assumirá as "responsabilidades de chefe de Estado", após a queda do presidente Blaise Compaoré.

"Ao constatar o vazio de poder, considerando a urgência em proteger a vida da nação (...), eu assumirei a partir deste dia as minhas responsabilidades de chefe de Estado", declarou o general.

Traoré afirma agir "em conformidade com as disposições constitucionais".

"O compromisso que foi assumido é o de realizar com urgência consultas com todas as forças da nação por um processo com o objetivo de promover um retorno à vida constitucional normal", anunciou, acrescentando "ter sido informado da renúncia" do presidente Compaoré.

O chefe do Estado-Maior do Exército pediu que "todos os cidadãos organizados nas diferentes esferas da vida nacional atendam às solicitações que serão feitas".

"As forças de defesa e de segurança tomarão todas as medidas necessárias para garantir a segurança das pessoas e dos bens em toda a extensão do território nacional", anunciou o general Traoré.

De acordo com a diplomacia francesa, Compaoré deixou a capital.

"Ele foi para o sul. Ainda está no país. Ele vai para Pô", cidade próxima à fronteira com Gana, informou o Ministério das Relações Exteriores francês, sem indicar se o objetivo do ex-presidente é ir depois para outro país, como Gana ou a Costa do Marfim.

Se o anúncio do chefe militar for confirmado pelo Conselho Constitucional, será um "golpe de Estado" que acionará uma "engrenagem de sanções que vai atingir a população", considerou Paris.

Na manhã desta sexta, dezenas de milhares de manifestantes já tinham se reunido diante do Estado-Maior para pedir a ajuda das Forças Armadas contra Blaise Compaoré, mas rejeitando o general Traoré, considerado muito próximo do chefe de Estado.

Palavras de ordem como "Honoré Traoré renuncie" se alternavam com "Fora Blaise" e "Kouamé Lougué no poder", referindo-se a um general da reserva, ex-ministro da Defesa e chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, que recebe grande apoio popular.

"Não queremos que o general Traoré fique no poder. Precisamos de alguém de valor. Traoré é o braço direito de Blaise Compaoré", acusou Monou Tapsoaba, um militante do Movimento do Povo pelo Progresso (MPP, oposição).

O general Lougué, que já teve o seu nome gritado pela multidão na quinta-feira, é "um homem íntegro, que não mede suas palavras", um "homem exemplar no plano militar", considerou Tapsoaba.

Kouamé Lougué, que havia se reunido na quinta com oficiais de alta patente das Forças Armadas, teria sido descartado como sucessor, indicaram fontes militares.

A revolta em Burkina Faso começou na semana passada contra uma proposta de ampliação do mandato de Compaoré, que se manteve no poder por 27 anos. Dezenas de pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança.


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