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Estado de Minas

Ucrânia se prepara para eleições em meio à crise


postado em 25/10/2014 11:46

A Ucrânia se prepara neste sábado para as eleições legislativas antecipadas de domingo, que deverão fortalecer as forças pró-ocidentais, envolvidas num conflito sangrento com os separatistas pró-russos no leste do país.

A campanha terminou na sexta-feira sem grande comício ou manifestação, ofuscada pela guerra que causou mais de 3.700 mortos desde abril e forçou mais de 800 mil pessoas a fugir de suas casas.

No total, cerca de cinco milhões de eleitores, de um total de 36 milhões no país, não poderão votar domingo na Crimeia, anexada à Rússia em março, e nas áreas controladas pelos separatistas na região mineradora de Donbass. Vinte e sete assentos parlamentares dos 450 que compõem o Verkhovna Rada, o Parlamento ucraniano, permanecerão vazios.

O processo de paz iniciado pelo presidente não foi suficiente para parar completamente os combates, e os separatistas, que controlam partes das regiões de Donetsk e Lugansk, se preparam para realizar as suas próprias eleições em 2 de novembro.

Um cessar-fogo foi alcançado no início de setembro entre Kiev e os rebeldes, com a participação da Rússia, mas intensos combates prosseguem em alguns redutos de resistência, provocando a morte de civis quase diariamente.

Os combates se concentraram na área do aeroporto, um dos principais pontos de acesso da linha de frente, e os insurgentes, bem como as autoridades de Kiev, manifestaram temores de hostilidades com as eleições.

O presidente russo Vladimir Putin, durante um discurso na sexta-feira, lamentou "a falta de vontade das autoridades em Kiev" para resolver o conflito "por meios pacíficos".

"O mais importante é o fim da guerra. Se a Ucrânia quer manter sua integridade territorial, precisa compreender que não pode brigar com uma ou outra cidade", advertiu.

Contudo, Poroshenko alertou sexta à noite que "frente à agressão, não há outra escolha a não ser reformar".

O movimento do presidente lidera as pesquisas com mais de 30% das intenções de votos, seguido por outras formações pró-ocidentais. Ele espera alcançar com essas eleições "uma maioria constitucional" para permitir a realização de reformas vitais para este país muito corrupto e em profunda recessão, agravada pelo conflito armado.

Pela primeira vez na história da Ucrânia pós-soviética, o Parlamento deve ser dominado por pró-ocidentais em razão do aumento de sentimentos anti-russos, enquanto 5 milhões dos 36,5 milhões de eleitores não poderão votar, já que vivem na Crimeia e em áreas controladas pelos rebeldes em Donbass, tradicionalmente pró-Rússia.

Duas formações herdeiras do Partido das Regiões, do presidente deposto Viktor Yanukovytch, a Ucrânia Forte e Bloco de Oposição, poderiam alcançar os 5% necessários para entrar no Parlamento, mas os comunistas podem nem chegar a ser representados.

A nova Assembleia incluirá, em contrapartida, ativistas da sociedade civil envolvidos na contestação de Maidan, bem como voluntários que lutaram no leste e querem fazer ouvir "a voz do front" no Parlamento.

Após as eleições, a primeira tarefa do chefe de Estado será construir uma coligação forte, capaz de adotar duras medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais da Ucrânia, o FMI e Bruxelas à frente.

Os colégios eleitorais vão abrir no domingo às 08H00 local (04H00 de Brasília) e fecharão às 20H00 (16H00 de Brasília).


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