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Estado de Minas

Ucrânia encerra campanha eleitoral ainda em meio a conflito armado


postado em 24/10/2014 11:22

A Ucrânia encerra nesta sexta-feira a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de domingo, com as quais os pró-ocidentais que conduziram o movimento de contestação da Praça Maidan esperam reforçar seu poder, em plena crisa com a Rússia no leste separatista pró-russo.

As eleições ocorrem num período extremamente difícil para esta ex-república soviética às portas da União Europeia e que perdeu em março a península da Crimeia, anexada pela Rússia, e que enfrenta uma insurreição armada pró-russa na região mineradora de Donbass, um conflito que já fez mais de 3.700 mortos desde meados de abril.

Mais de 824.000 pessoas precisaram deixar suas casas na Ucrânia devido o conflito, segundo o Alto Comissariado para os Refugiados da ONU: 430.000 pessoas se deslocaram no interior do país; 387.000 fugiram para a Rússia; 6.600 pediram asilo na União Europeia.

"Não haverá conflito velado, porque o Donbass não pode sobreviver sem a Ucrânia", assegurou nesta quinta-feira em Odessa o presidente Petro Poroshenko, cujo partido é o favorito para as eleições parlamentares.

No entanto, o processo de paz iniciado pelo presidente não foi suficiente para parar completamente os combates, e os separatistas, que controlam partes das regiões de Donetsk e Lugansk, se preparam para realizar as suas próprias eleições em 2 de novembro.

Um cessar-fogo foi alcançado no início de setembro entre Kiev e os rebeldes, com a participação da Rússia, mas intensos combates prosseguem em alguns redutos de resistência, provocando a morte de civis quase diariamente.

Nesta sexta-feira em Donetsk, disparos de artilharia eram ouvidos nos arredores do aeroporto, um dos pontos mais disputados nas últimas semanas.

Em Kiev, um porta-voz militar, Andrii Lysenko, relatou oito soldados feridos em 24 horas no leste.

Reformas econômicas

O presidente Poroshenko, em sua conta no Twitter, pediu aos ucranianos que votem em massa para "concluir a formação do novo poder iniciado em junho", assumindo as funções do pró-russo Viktor Yanukovytch, refugiado na Rússia desde fevereiro.

O movimento do presidente lidera as pesquisas com mais de 30% das intenções de votos, seguido por outras formações pró-ocidentais. Ele espera alcançar com essas eleições "uma maioria constitucional" para permitir a realização de reformas vitais para este país muito corrupto e em profunda recessão, agravada pelo conflito armado.

Pela primeira vez na história da Ucrânia pós-soviética, o Parlamento deve ser dominado por pró-ocidentais em razão do aumento de sentimentos anti-russos, enquanto 5 milhões dos 36,5 milhões de eleitores não poderão votar, já que vivem na Crimeia e em áreas controladas pelos rebeldes em Donbass, tradicionalmente pró-Rússia.

Duas formações herdeiras do Partido das Regiões, do presidente deposto Viktor Yanukovytch, a Ucrânia Forte e Bloco de Oposição, poderiam alcançar os 5% necessários para entrar no Parlamento, mas os comunistas podem nem chegar a ser representados.

A nova Assembleia incluirá, em contrapartida, ativistas da sociedade civil envolvidos na contestação de Maidan, bem como voluntários que lutaram no leste e querem fazer ouvir "a voz do front" no Parlamento.

Após as eleições, a primeira tarefa do chefe de Estado será construir uma coligação forte, capaz de adotar duras medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais da Ucrânia, o FMI e Bruxelas à frente.

O primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk alertou na quinta-feira que a Ucrânia deverá se concentrar para obter mais ajuda do FMI, que já investiu 17 bilhões no país.

"Precisamos formar o mais cedo possível um novo governo e convidar uma missão do Fundo Monetário Internacional", ressaltou Yatsenyuk. "Precisamos de mais ajuda", disse ele.

Com a aproximação do inverno, Kiev, que está privada do gás russo desde junho, também deve urgentemente resolver esta disputa com Moscou, que poderia interromper o fornecimento para a Europa.

A Rússia, atingida por duras sanções ocidentais sem precedentes, também sofre as consequências do conflito sobre sua economia. O rublo caiu nesta sexta-feira a níveis recorde face as moedas europeia e americana, com o euro ultrapassando os 53 rublos.


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