(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Avançam negociações para acordo climático na União Europeia


postado em 23/10/2014 20:10

Os chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) avançavam, na noite desta quinta-feira, na conclusão de um ambicioso plano de ação sobre o clima, que colocaria o bloco na vanguarda do combate às mudanças climáticas.

A esse tema central da cúpula, soma-se o da luta contra a epidemia de Ebola e uma reunião dos líderes da zona do euro, que discutirão como fortalecer o cada vez mais fraco crescimento econômico no bloco, ameaçado por uma nova recessão.

O pacote climático e energético é o mais complexo que os dirigentes terão sobre a mesa. A Comissão Europeia, braço executivo da UE, apresentou um dos projetos mais ambiciosos em nível mundial, mas ainda considerado insuficiente para as organizações ambientalistas. Nesse sentido, busca um acordo para que o bloco apresente uma frente unida na conferência do Clima de Paris, em 2015.

Segundo os últimos informes sobre as negociações, o acordo supõe uma redução de 40% nas emissões de gases causadores de efeito estufa com base nos níveis de 1990, com metas obrigatórias por país. O texto prevê também que 27% da energia seja produzida de fontes renováveis, ponderada em nível europeu, e estabelece uma economia de energia (ou eficiência energética) de 27% como meta indicativa. Os objetivos devem ser alcançados até 2030.

Um esboço com as conclusões da cúpula, consultado pela AFP, diz que "todos os Estados-membros participarão do esforço, equilibrando justiça e solidariedade" entre cada país.

Pacote de compensações

A questão é dividir esforços para alcançar objetivos. Mas esse é o principal impasse. Pede-se aos últimos países que se incorporaram à UE - dependentes de fontes de energia fósseis -, entre eles a Polônia, que modernizem sua produção elétrica. Em troca, estas nações pedem compensações.

Espanha e Portugal não são reticentes aos objetivos, mas, em contrapartida, querem deixar de ser uma "ilha" energética e conectar seu sistema elétrico ao restante do continente para inserir seu excedente de produção de energia, gerada, sobretudo, com fontes renováveis.

Para isso, pedem metas de interconexão obrigatórias que supõem importantes investimentos. O premiê português, Pedro Passos Coelho, advertiu que "Portugal não poderá assinar as conclusões", se a Península Ibérica se mantiver como uma "ilha energética".

O principal obstáculo para Portugal e Espanha é a França, que se nega a incorporar os excedentes ibéricos à sua rede de distribuição, na qual predomina a energia nuclear.

Os 28 dirigentes chegaram a Bruxelas com diferenças marcantes sobre o pacote.

"As negociações não serão fáceis, e não posso dizer se teremos um resultado", advertiu em sua chegada a chanceler alemã, Angela Merkel.

O presidente francês, François Hollande, mostrou-se mais otimista. Ele afirmou que um acordo está ao alcance, mas destacou que "um país resiste", sem mencionar qual.

À noite, depois de cinco horas de debates a portas fechadas, os líderes europeus teriam fechado 95% do pacote, relataram fontes diplomáticas.

Segundo uma das fontes consultadas pela AFP, a Polônia teria conseguido um pacote de compensações, que incluiriam maiores cotas de emissão de carbono e dinheiro, através de um percentual do fundo de direitos de emissão europeu.

Já Espanha e Portugal teriam conseguido o reconhecimento de sua condição de "ilha energética", assim como a garantia de reverter esse quadro com a conclusão de cinco projetos de interconexão através dos Pirineus. Também haveria a promessa de que a Comissão Europeia fará a mediação com a França para concluí-los - algo a que Paris se opunha.

"Ninguém questiona os objetivos, mas sim seu desenvolvimento" ou como alcançá-los, explicou uma fonte. "Todos esperam a participação e o impulso da Comissão", acrescentou a mesma fonte.

"Todos esperam a participação e o impulso da Comissão", insistiu a fonte em conversa com a AFP.

Claramente, esperam financiamento, em particular um pacote de investimentos de EUR 300 bilhões, proposto pelo novo presidente do braço executivo do bloco, Jean-Claude Juncker. Isso não mudou com as negociações.

Um coordenador europeu para crise do Ebola

Mesmo sem terem concluído as negociações sobre o pacote climático, os dirigentes abordaram o tema da epidemia de Ebola em um jantar de trabalho.

Eles decidiram nomear o novo comissário europeu de Assuntos Humanitários, o cipriota Christos Stylianides, coordenador da UE contra o Ebola.

Espera-se que os chefes de Estado anunciem na ocasião uma série de medidas para ajudar a derrotar a doença, que já matou quase 4.900 pessoas. A imensa maioria das vítimas foi no oeste da África.

Os Estados-membros e a Comissão já prometeram um pacote de ajuda de EUR 600 milhões para combater a epidemia.

A crise na Ucrânia também estará na pauta, embora não sejam esperados grandes avanços, nem mudanças, na política comunitária em relação à Rússia.

Na sexta-feira, a zona do euro estará no cardápio. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, participará do encontro dos presidentes dos 18 países que compartilham a moeda única.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)