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Estado de Minas

Israel promete tolerância zero após ato considerado terrorista


postado em 23/10/2014 20:10

A polícia israelense afirmou nesta quinta-feira que aplicará "tolerância zero" ante qualquer tipo de violência em Jerusalém, um dia depois de um suposto terrorista palestino, identificado como Abed Abdelrahman Shaludeh, ter matado um bebê em um atropelamento.

Em um comunicado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu contra qualquer tentativa de ataque em Jerusalém.

"Jerusalém unificada foi e continuará a ser a capital de Israel para todo o sempre. Toda tentativa de atacar os habitantes de Jerusalém será severamente punida", afirmou Netanyahu.

O jovem palestino que matou o bebê e feriu seis pessoas na quarta-feira em Jerusalém faleceu nesta quinta, segundo o hospital. Um policial baleou o jovem, quando ele tentava fugir a pé depois de lançar o veículo contra várias pessoas que estavam em um ponto de ônibus.

O ataque matou a pequena Haya Zissel Braun, que tinha nacionalidade americana, e feriu gravemente a equatoriana Karen Mosquera, 22 anos.

Pelo segundo dia consecutivo, Netanyahu acusou diretamente o líder palestino, Mahmud Abbas, de instigar esse tipo de ataque.

"Jerusalém está enfrentando o terror, e esse ataque é apoiado pelo líder da Autoridade Palestina (Mahmud Abbas), que glorifica os assassinos e apoia a união com a organização, à qual os terroristas pertencem", denunciou.

O primeiro-ministro se referia à suspeita de que o jovem pertencia ao Hamas, movimento considerado radical por Israel e que governa Gaza. Após anos de rivalidade, Hamas e Fatah decidiram criar um governo de unidade.

Em julho e agosto passados, Israel realizou uma ampla ofensiva contra o Hamas, que terminou com 2.200 palestinos mortos, principalmente civis, e 73 falecidos do lado israelense, soldados em sua maioria.

Tolerância Zero em Jerusalém

As forças de segurança intensificaram sua presença nas ruas de Jerusalém nesta quinta, depois de uma noite de incidentes. Ataques com pedras aconteceram, sobretudo, em Jerusalém Oriental, onde morava o homem responsável pelo atropelamento, chamado de "terrorista" pelas autoridades.

"A polícia de Jerusalém destaca que aplicará tolerância zero ante qualquer tipo de incidente violento e que vai prender qualquer um que perturbar a ordem pública da cidade", afirma um comunicado oficial.

"Em nível operacional, de acordo com o que foi decidido após o atentado, as forças de segurança foram reforçadas, principalmente a Guarda de Fronteira, as unidades de patrulhas especiais (Yassam) e as especializadas em distúrbios da ordem pública", disse o porta-voz policial Micky Rosenfeld.

"Várias detenções aconteceram durante a noite", completou.

O ataque com o veículo e a operação policial posterior exacerbaram a tensão no bairro de Shaludeh, Silwan, na ocupada e anexada Jerusalém Oriental. Recentemente, a região foi cenário de distúrbios, em consequência da instalação de colonos israelenses em casas de palestinos.

Além dos 360 mil colonos israelenses que moram na Cisjordânia, outros 200 mil vivem nas áreas de colonização de Jerusalém Oriental, onde também estão 290 mil palestinos. A comunidade internacional considera ilegais todas as colônias nesses territórios palestinos ocupados desde 1967.

Atualmente, os palestinos de Jerusalém Oriental têm apenas "status" de residentes. Não têm nenhuma nacionalidade - nem israelense, nem palestina.

Segundo o porta-voz do premiê Netanyahu, Ofir Gendelman, o ataque foi cometido por um "terrorista palestino que era membro do Hamas".

Quatro integrantes da família do jovem, que dirigia o carro do pai, foram detidos quando tentaram visitá-lo no hospital - relatou um parente, que pediu para não ser identificado.

EUA pedem calma

O governo dos Estados Unidos condenou o ataque, considerado "abjeto", e pediu calma a todas as partes para evitar uma escalada da violência.

"Pedimos a todas as partes que mantenham a calma e evitem uma escalada de tensões depois desse incidente", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jennifer Psaki.

A tensão em Jerusalém Oriental aumentou nos últimos meses após o sequestro e assassinato de três jovens israelenses e de um jovem palestino pouco depois, crimes que terminaram por provocar a guerra na Faixa de Gaza. Alguns bairros registram confrontos diários entre policiais e palestinos.

Durante o conflito em Gaza, em 4 de agosto, Jerusalém sofreu o primeiro atentado fatal em mais de três anos, quando um palestino avançou com uma escavadeira contra um ônibus e matou um judeu ortodoxo. Os policiais mataram o jovem, mas a família rejeitou a versão policial de atentado "terrorista".


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