As negociações sobre o conflito de gás entre Rússia e Ucrânia terminaram sem resultados concretos nesta terça-feira, em Bruxelas, apesar dos "avanços importantes", anunciou a Comissão Europeia.
Uma nova reunião com o representante da União Europeia (UE) foi marcada para a próxima quarta-feira.
"Fizemos avanços importantes", declarou o comissário europeu de Energia, Günther Oettinger, após um encontro com os ministros ucraniano e russo da Energia, Iuri Prodan e Alexander Nowak, respectivamente.
"Esperamos um acordo na próxima semana", completou.
Oettinger e Novak disseram que se chegou a um acordo sobre o preço - a US$ 385, por mil metros cúbicos, para entregas garantidas até final de março. O valor atual é de US$ 485.
O "obstáculo considerável" para um acordo global, afirmou o comissário europeu, é que a Ucrânia não pagou suas contas de gás "durante meses".
Para reativar as entregas de gás suspensas em junho pela Rússia, a Ucrânia deve saldar uma dívida de US$ 1,45 bilhão, explicou o ministro Novak.
"Faltará US$ 1,6 bilhão" para pagar antecipadamente as entregas de novembro e dezembro, já que a parte russa exclui qualquer possibilidade de entrega sem pagamento - completou.
"Em até uma semana, a Comissão Europeia e a Ucrânia vão estudar se podem oferecer liquidez para honrar as contas de novembro e de dezembro. Até lá, nenhuma garantia foi dada pela Naftogaz, ou pela Comissão", lamentou o ministro ucraniano.
Nesta terça, a Ucrânia pediu aos europeus um empréstimo adicional de dois bilhões de euros - anunciou mais cedo a Comissão Europeia.
Já a Rússia exige US$ 2 bilhões de Kiev até o fim de outubro para retomar as entregas de gás.
"Agora, essa demanda vai ser examinada em consulta com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com as autoridades ucranianas", acrescentou o porta-voz da Comissão Simon O'Connor.