Especialistas em direitos humanos das Nações Unidas condenaram firmemente, nesta segunda-feira, os cortes de água corrente na cidade americana de Detroit, que afetam milhares de famílias que não conseguem pagar suas contas.
Em comunicado publicado três dias depois de uma missão realizada na cidade, as representantes especiais da ONU, Catarina de Albuquerque e Leilani Farha, afirmaram que o corte de água corrente das 27 mil casas devido ao não pagamento da conta viola os direitos humanos.
Os residentes de Detroit, em sua maioria afroamericanos, com frequência "devem tomar decisões impossíveis: pagar essa fatura ou pagar o aluguel", disse Albuquerque.
O problema é acentuado pelo aumento das tarifas de água causado pelo custo de manutenção de uma infraestrutura defasada, juntamente com "um número de clientes em queda e altas taxas de desemprego, que tornam cada vez mais difícil o pagamento das contas para milhares de habitantes de Detroit vivendo abaixo do nível de pobreza", afirma.
A cidade que foi o berço da indústria automobilística americana, conhecida inclusive como "Motor Town" (Cidade Motor), foi a maior do país a declarar falência, em julho de 2013.