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Estado de Minas

Abbas acusa Israel de conduzir uma 'guerra de genocídio' em Gaza


postado em 26/09/2014 15:46

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, denunciou nesta sexta-feira ante a Assembleia Geral da ONU a guerra de genocídio realizada por Israel em Gaza e exigiu o fim da ocupação do território palestino em um discurso muito aplaudido.

"Já é hora de acabar com a ocupação" dos territórios palestinos, afirmou Abbas ante os líderes do mundo inteiro reunidos em Nova York, recordando que anos de negociações entre as partes não alcançaram um acordo de paz.

Abbas iniciou seu discurso denunciando o fato de Israel ter eleito 2014 como um ano para "fazer uma nova guerra genocida contra o povo palestino" na Faixa de Gaza com "uma série de absolutos crimes de guerra cometidos ante os olhos e ouvidos do mundo inteiro".

O conflito entre julho e agosto passados deixou 2.000 mortos palestinos, em sua grande maioria civis, e 70 do lado israelense, entre eles 66 soldados.

O pedido de reconhecimento de um Estado palestino tem como base as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias de 1966, e inclui a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém como capital.

Membros do gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamim Netanyahu chamaram o discurso de Abbas de "incitação ao ódio cheio de mentiras". "Não é assim que um homem de paz fala", declarou à AFP uma das fontes.

Em um comunicado, o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, acusou Abbas de "terrorismo diplomático". "Mahmud Abbas não quer e não pode ser um parceiro numa resolução política do conflito", acrescentou. "Enquanto Mahmud Abbas for presidente da Autoridade Palestina, o conflito continuará", considerou.

"É o momento de acabar com esta ocupação que vem acompanhada de colonização (...) a hora da independência do Estado da Palestina chegou", insistiu Abbas na ONU.

Afirmando que a recente ofensiva israelense em Gaza era "a terceira guerra em cinco anos liderada pelo Estado racista ocupante", ele acrescentou: "A diferença desta vez é amplitude maior deste crime genocida".

"Em nome da Palestina e de seu povo, eu afirmou que não esqueceremos, não perdoaremos e não permitiremos que criminosos de guerra fujam da punição", afirmou Abbas no mesmo palanque onde anunciou em 2011 o histórico pedido de adesão à ONU, em que possui um status de país observador não-membro desde 2012.

Abbas exigiu mais uma vez a retirada do bloqueio israelense sobre Gaza que "estrangula e faz deste território a maior prisão do mundo para dois milhões de cidadãos palestinos".

Ele pediu do Conselho de Segurança uma resolução "para alcançar a paz, tendo como objetivo o fim da ocupação israelense e uma solução de dois Estado com um calendário específico para o cumprimento desses objetivos". Essa resolução, contudo, não tem possibilidades de ser aprovada pela ameaça de veto dos Estados Unidos.

Os membros permanentes do Conselho de Segurança trabalham há semanas em um projeto de resolução sobre Gaza (trégua, reconstrução, retirada do bloqueio, desmilitarização), mas os palestinos não concordam em uma resolução limitada a Gaza, e o tal projeto teria poucas chances de se concretizar.

Abbas não mencionou em seu discurso um calendário preciso para novas negociações de paz com Israel.

Palestinos e israelenses concordaram na terça-feira reiniciar no final de outubro no Cairo negociações por uma trégua duradoura na Faixa de Gaza.

As partes em conflito assinaram em 26 de agosto um cessar-fogo que pôs fim a terceira guerra em seis anos em Gaza.


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