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Estado de Minas

Epidemia de Ebola poderá registrar 20.000 casos até novembro


postado em 23/09/2014 11:16

A epidemia de Ebola entrou numa fase de crescimento explosivo com 20.000 pessoas em risco de infecção até novembro se as medidas de combate ao vírus não forem fortalecidas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Sem uma melhoria drástica das medidas, haverá, nos próximos meses, não centenas de casos e de mortes a cada semana, mas milhares", alertaram os especialistas da OMS, em um estudo publicado pela New England Journal of Medicine.

"Supondo que não houve nenhuma mudança nas medidas de controle da epidemia", haverá no início de novembro 9.939 casos na Libéria, 5.925 em Guiné e 5.063 em Serra Leoa, indicam, lembrando que sete a cada dez pessoas infectadas morrem da doença.

Cerca de 6.000 pessoas, três vezes menos, estão atualmente infectadas.

"Estamos em uma terceira fase de crescimento da epidemia, que é explosiva", segundo um dos coautores do estudo publicado nesta terça-feira e diretor da estratégia da OMS, o Dr. Christopher Dye.

"Se não pararmos a epidemia de forma rápida, não será mais um desastre, mas uma catástrofe", ressaltou durante uma coletiva de imprensa em Genebra.

O surto de Ebola no oeste africano já matou pelo menos 2.811 pessoas em 5.864 casos desde o início do ano, de acordo com o último balanço da OMS até 18 de setembro.

A grande mobilidade populacional é um dos fatores de contaminação mais importantes, ao lado da lenta resposta à epidemia, bem como o mau estado dos serviços de saúde nos três principais países afetados.

"Na Nigéria, onde o sistema de saúde é mais sólido, o número de casos tem sido limitado até agora", explicou Christl Donnelly, professor do Imperial College Londons e co-autor do estudo.

Neste país, que registrou oito mortes em 20 casos, o retorno às aulas aconteceu na segunda-feira em parte do território, mas foi adiada em Lagos, a capital econômica e maior cidade afetada.

A OMS procura, nomeadamente, impedir a propagação da doença no momento do sepultamento dos corpos, já que os cadáveres são particularmente contagiosos.

Comunidades tradicionais nos países mais atingidos pela doença, como na Libéria, continuam a lavar os corpos em respeito aos ritos fúnebres, apesar das mensagens de prevenção.

Um centro de comando militar americano deve ser inaugurado neste país onde os primeiros soldados começaram a chegar. Um segundo grupo, de cerca de 3.000 soldados americanos, prometidos por Barack Obama para lutar contra a epidemia cegou no domingo em Monróvia.

Enfermeiro mordido

Em Serra Leoa, outro país particularmente afetado pela epidemia, um enfermeiro estrangeiro mordido por uma criança doente foi transferido na segunda-feira para Genebra, de acordo com o governo suíço, que considera o risco da pessoa estar infectada "muito baixo".

O enfermeiro, que trabalha para uma organização internacional com sede em Genebra, chegou na Suíça em um voo privado e foi imediatamente internado nos Hospitais da Universidade de Genebra (HUG), preparados para a admissão de casos suspeitos.

O enfermeiro deve permanecer sob vigilância durante três semanas, o tempo máximo de incubação do vírus.

O homem foi mordido no sábado por uma criança infectada pelo vírus em um hospital em Serra Leoa, mas como ele estava com uma roupa de segurança, a mordida não causou ferida visível.

A OMS publicou nesta terça-feira um estudo mostrando a evolução da epidemia. Ele identifica o primeiro caso de infecção pelo Ebola, uma criança de dois anos no vilarejo de Meliandou, na Guiné, em 26 de dezembro de 2013. Ela morreu dois dias depois, mas ninguém na época tinha identificado a verdadeira causa de sua morte.

Esta aldeia, numa floresta onde morcegos, considerados pelos cientistas como o reservatório natural do vírus, são numerosos, fica perto das fronteiras com a Libéria e Serra Leoa. O movimento de pessoas e o consumo de carne contaminada (antílopes, esquilos) ajudaram para a propagação da epidemia, segundo a OMS.

A epidemia de Ebola continua a preocupar as Nações Unidas em Nova York, onde o Conselho de Segurança chamou de "ameaça à paz e à segurança internacional", a primeira vez para uma emergência de saúde pública.

Uma reunião sobre a luta contra a epidemia está marcada para quinta-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas.


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