(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Serra Leoa comemora polêmica operação de confinamento para lutar contra Ebola

Estratégia permitiu detectar 150 novos casos e encontrar 70 cadáveres no país. Religioso espanhol que contraiu o vírus foi transferido para Madri


postado em 22/09/2014 15:46 / atualizado em 22/09/2014 17:01

Cruz Vermelha da Libéria, usando trajes de proteção, carrega corpo de bebê de um ano e meio, vítima do vírus Ebola(foto: ZOOM DOSSO/AFP)
Cruz Vermelha da Libéria, usando trajes de proteção, carrega corpo de bebê de um ano e meio, vítima do vírus Ebola (foto: ZOOM DOSSO/AFP)
Depois de três dias de confinamento, em que os seis milhões de habitantes foram proibidos de sair de suas casas, Serra Leoa começa a voltar ao normal e à luta diária contra a epidemia do vírus Ebola. A polêmica estratégia de manter a população confinada permitiu detectar 150 novos casos do vírus mortal e encontrar 70 cadáveres, indicaram as autoridades nesta segunda-feira. Enquanto isso mais um religioso espanhol que contraiu o vírus neste país chegou a Madri para receber tratamento médico.

O ministro da Saúde, Salud Abubakarr Fofanah, explicou à AFP que cerca de 30.000 voluntários visitaram 80% dos lares, comemorando o "êxito" da operação de confinamento. O balanço de cadáveres encontrados e de casos detectados durante o confinamento se limita à capital Freetown e aos seus arredores. Os resultados para todo o país podem aumentar consideravelmente os números gerais, indicaram nesta segunda-feira as autoridades.

A epidemia de Ebola deixou 2.793 mortos na África Ocidental, em 5.762 casos registrados, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) com data de 18 de setembro e publicado nesta segunda-feira. A Libéria, de longe o país mais atingido, registrou 1.578 mortes em 3.022 casos, segundo relatório publicado pela representação africana da OMS. Na Guiné foram 623 mortes, em 965 casos, e em Serra Leoa, 584 mortes, em 1.753 casos. Na Nigéria, foram registradas oito mortes em 21 casos.

Na Espanha, o missionário católico Manuel García Viejo, de 69 anos, chegou na madrugada desta segunda-feira a Madri, procedente de Serra Leoa, em um avião-ambulância e foi imediatamente transferido para o Hospital Carlos III. Segundo o hospital, o missionário encontra-se em estado grave.

(foto: SPANISH DEFENCE MINISTRY / AFP)
(foto: SPANISH DEFENCE MINISTRY / AFP)
García Viejo, especializado em medicina tropical, membro da Ordem Hospitalar de 'San Juan de Dios', instalada na África há 30 anos, dirigia em Serra Leoa o hospital da cidade de Lunsar. O religioso é o segundo caso de um espanhol infectado com esta doença desde o início da epidemia. Em agosto, o também religioso Miguel Pajares, de 75, morreu de Ebola depois de ser transferido para Madri.

Na Nigéria, onde o vírus matou oito pessoas entre 20 casos registrados, o retorno às aulas foi confirmado para esta segunda-feira após férias prolongadas devido ao Ebola, mas o sindicato majoritário de professores está preocupado com os riscos de propagação do vírus nas instituições de ensino.

Com a epidemia preocupando o mundo inteiro, a Índia anunciou o adiamento da 3ª Cúpula Índia-África prevista para ser realizada em Nova Délhi em dezembro, e que contaria com a participação de 50 países africanos.

Faltam leitos


Na Libéria, onde um segundo grupo de militares americanos chegou no domingo como parte de uma missão de 3.000 soldados destinada a ajudar os serviços de saúde do país, foi anunciado um aumento no número de leitos dos 250 atuais para 1.000, para tratar os doentes em Monróvia, a capital, que praticamente está com o sistema de saúde em colapso.

No condado de Montserrado (oeste), que inclui Monróvia, a OMS informou que são necessários urgentemente 1.000 leitos para os doentes da epidemia do vírus do Ebola na África ocidental, a mais grave desde que foi identificada em 1976.

O maior centro de tratamento de ebola da Libéria já está atendendo 112 pacientes nesta segunda-feira, apenas um dia após a sua abertura. Autoridades de saúde informaram que, por enquanto, apenas 46 pacientes atendidos foram diagnosticados com o vírus. As outras pessoas internadas estão sendo mantidas em observação e estão recebendo tratamento para outras doenças, como malária. O centro de tratamento de 150 leitos abriu no domingo. A Libéria, atualmente, é o país mais afetado pela epidemia de ebola no oeste da África. (Com Agências)


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)