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Estado de Minas

Ghani será o presidente do Afeganistão e assina acordo para governo de unidade


postado em 21/09/2014 13:25

A Comissão Eleitoral declarou Ashraf Ghani vencedor do segundo turno da eleição presidencial no Afeganistão, poucas horas depois de o economista de 65 anos ter assinado um acordo para compartilhar o poder com o rival Abdullah Abdullah, acabando com três meses de crise política.

Ghani, ministro das Finanças entre 2002 e 2004, sucederá Hamid Karzai, que governa o país desde a intervenção militar ocidental contra os talibãs, no fim de 2001.

"A Comissão Eleitoral Independente declara Ashraf Ghani presidente e este anúncio encerra o processo eleitoral", afirmou o diretor da comissão, Ahmad Yusaf Nuristani.

Os afegãos aguardavam o anúncio, depois que Ghani e Abdullah assinaram durante a manhã um acordo para a formação de um governo de união nacional. Após o segundo turno presidencial, em 14 de junho, os candidatos trocaram acusações de fraude.

Os resultados preliminares deram a vitória a Ghani com 56,4% dos votos, mas Abdullah conseguiu forçar uma recontagem de votos, sob a supervisão da ONU.

"Durante a eleição, os dois lados cometeram fraudes preocupantes", afirmou Nuristani, sem apresentar números.

A ONU e os países ocidentais, como os Estados Unidos, elogiaram o acordo para a formação do governo de unidade no Afeganistão, que até o fim do ano observará a saída da maioria dos soldados da Otan.

"A assinatura do acordo político encerra a crise política no Afeganistão e gera confiança", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

"Estamos dispostos a trabalhar com o próximo governo para garantir o êxito", completou.

Com o acordo, Abdullah pode se tornar primeiro-ministro ou nomear um aliado para o cargo.

"Espero que seus esforços representem uma paz duradoura para o país", disse Karzai, que estava proibido pela Constituição de disputar o terceiro mandato.

Agora resta saber como os dois lados rivais conseguirão se adaptar a esta dualidade de poderes inédita desde 2001, em um país no qual o presidente tem amplos poderes.

"Será complicado vê-los trabalhando juntos", afirmou Sediq Mansoor Ansari, analista político.

Os dois campos precisam virar a página dos últimos meses de tensão, que despertaram as rivalidades étnicas entre os tadjiques do norte, que apoiam Abdullah, e os pashtuns do sul, partidários de Ghani.

O antagonismo alimentou a violenta guerra civil dos anos 1990 e facilitou a chegada ao poder dos talibãs em 1996.

O fim da crise deve permitir o desbloqueio do acordo de segurança com os Estados Unidos, que tanto Ghani como Abdullah se comprometeram a assinar, ao contrário de Karzai.

A Otan pretende retirar todas as tropas de combate do Afeganistão até o fim do ano.

Os países ocidentais desejam manter no país uma força de 12.000 oficiais, em sua maioria americanos, contra os 41.000 atuais, para apoiar as forças afegãs contra os talibãs.

O novo governo terá a delicada missão de estabilizar a segurança e estimular a economia de um dos países mais pobres do mundo.

Também pode retomar o projeto de negociações com os talibãs para tentar acabar com um conflito que matou 2.300 civis nos oito primeiros meses do ano, segundo a ONU.


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