(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Otan pede à Rússia fim de 'ações militares ilegais' na Ucrânia


postado em 29/08/2014 19:10

A Otan exigiu à Rússia, em termos muito firmes, o fim de suas "ações militares ilegais" na Ucrânia, mas o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que é preciso obrigar Kiev a negociar com os separatistas pró-russos.

"Condenamos firmemente o permanente desprezo da Rússia as suas obrigações internacionais. Pedimos à Rússia que detenha as ações militares ilegais, interrompa o apoio aos separatistas armados e adote medidas imediatas e verificáveis para uma desescalada desta crise", declarou o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen, após uma reunião urgente dos embaixadores dos países membros em Bruxelas.

Alemanha e França também endureceram o tom nesta sexta-feira, classificando de "intervenção militar" a ação das forças russas na Ucrânia e "pedindo que cesse o ruído das botas russas".

A situação pode sair do controle e degenerar em um confronto direto entre tropas russas e ucranianas, alertou em Milão o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.

No sábado os líderes europeus vão analisar em Bruxelas a eventual adoção de novas sanções contra a Rússia.

Antes da reunião, o presidente do Conselho Europeu, o belga Herman Van Rompuy, receberá o presidente ucraniano Petro Poroshenko.

Van Rompuy, que está em fim de mandato, poderá ser substituído pelo primeiro-ministro polonês Donald Tusk, cujo país apoia a Ucrânia desde o início da crise.

O ministro polonês das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, estimou que na Ucrânia há uma "guerra".

Frente a escalada do conflito, o governo da Ucrânia anunciou sua intenção de retomar o pedido de adesão à OTAN.

A Aliança Atlântica não fechará as suas portas à Ucrânia se este país desejar se somar à Otan, segundo Rasmussen.

Rasmussen lembrou "a decisão tomada em 2008 pela Otan segundo a qual a Ucrânia seria integrante" da organização. Cada país tem "o direito de decidir por si mesmo, sem ingerência do exterior", acrescentou o secretário-geral.

A Ucrânia havia renunciado em 2010 a este projeto sob o governo pró-russo da época. Mas nesta sexta-feira o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, anunciou que o governo submeterá ao Parlamento um projeto de lei que "anule o status 'fora do bloco' (atlântico) da Ucrânia e retome o caminho da adesão à Otan".

Enquanto a Otan lançava advertências contra Moscou, Putin declarou que é preciso obrigar Kiev a negociar com os separatistas pró-russos que enfrentam as forças armadas ucranianas no leste do país.

"É necessário obrigar as autoridades ucranianas a iniciar negociações substanciais. Não sobre questões técnicas, e sim profundas: que direitos terão as populações de Donbass, de Lugansk, do sudeste do país", disse Putin em um encontro dos movimentos juvenis pró-Kremlin.

Em entrevista à TV russa, Putin elogiou Poroshenko, afirmando ser "um sócio com quem se pode dialogar", um dia após a reunião entre os dois líderes.

"Decidimos que vamos executar um plano sugerido pelo presidente Poroshenko para entregar ajuda às pessoas necessitadas em Lugansk e Donetsk", revelou Putin.

"Entregaremos víveres e outros bens de que a população necessita por via férrea. Era sua sugestão e concordei com isso", completou o presidente russo.

Em um comunicado divulgado horas antes, Putin elogiou os consideráveis êxitos dos insurgentes no leste da Ucrânia, num momento em que o Ocidente ameaça Moscou com mais sanções diante da "evidente" incursão de tropas russas na Ucrânia.

O presidente russo inclusive chegou a pedir a abertura de um corredor humanitário para a passagem das tropas ucranianas cercadas pelos insurgentes.

Em resposta, o porta-voz militar ucraniano Andrii Lyssenko declarou que a "Ucrânia não irá depor suas armas e não se ajoelhará ante o agressor".

Defesa de Mariupol

Depois de denunciar uma invasão russa, Kiev pediu aos ocidentais sanções significativas contra a Rússia e uma ajuda militar, dois temas que são tratados nesta sexta-feira em uma reunião de urgência da Otan em Bruxelas, e em outra dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia em Milão.

Como costuma ocorrer quando há ameaça de sanções, Moscou se referiu nesta sexta-feira à questão do gás.

O ministro russo da Energia advertiu que há riscos elevados para a entrega de gás russo à Europa no inverno, já que ele pode ser "captado ilegalmente pela Ucrânia (por onde transita) para suas próprias necessidades".

No campo militar, Kiev admitiu na quinta-feira que tropas russas tomaram o controle da cidade costeira de Novoazovsk, situada perto da fronteira russa.

Esta cidade está localizada a 40 km do estratégico porto ucraniano de Mariupol, no mar de Azov e com 460.000 habitantes. O governador da região de Donetsk, Seguei Taruta - favorável ao governo de Kiev - convocou os habitantes do porto a criar um batalhão para se defender dos russos.

A cidade está estrategicamente situada entre a fronteira russa e a península da Crimeia, anexada por Moscou em março. Seus habitantes fugiam nesta sexta-feira diante do avanço dos rebeldes pró-russos, constataram jornalistas da AFP.

Segundo um relatório da ONU publicado nesta sexta-feira, 2.593 pessoas já morreram desde meados de abril neste conflito.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)