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Estado de Minas

Ahmet Davutoglu, polêmico arquiteto de uma diplomacia turca ativa


postado em 28/08/2014 22:55

Aos 55 anos, o chefe da diplomacia turca, Ahmet Davutoglu, alcança sua consagração ao suceder a Recep Tayyip Erdogan no cargo de primeiro-ministro.

Apesar dos erros de sua ambiciosa política externa, ele é um dos homens mais influentes do governo Erdogan, desde 2003.

Por trás de um eterno sorriso de ironia, esse homem leal ao novo presidente é um formidável estrategista e negociador, que encarna a vontade do regime islâmico conservador de transformar a Turquia em uma inegável potência no Oriente Médio e no mundo muçulmano.

Começando como conselheiro diplomático de Erdogan (2003) e tornando-se chanceler em 2009, esse muçulmano intransigente multiplicou seus esforços para impor seu país no coração da zona de influência do ex-império otomano.

Bastante midiatizado, esse ativismo conseguiu colocá-lo, em 2010, na lista dos "100 homens mais influentes" do mundo, elaborada pela revista americana "Foreign Policy". Segundo a publicação, o ministro recuperou para seu país "um status internacional que não tinha desde a saída do último sultão do palácio de Topkapi, em Istambul".

Imediatamente depois, vieram as diferentes "Primaveras Árabes".

Nascido em 26 de fevereiro de 1959 na província de Konya (centro), pela qual é deputado desde 2011, esse professor de Relações Internacionais apresentou suas ideias em 2001, no livro "Profundidade estratégica" (título livre em português). Nele, está sua famosa máxima: "zero problema com os vizinhos".

Uma primeira mediação feita por ele entre Israel, um aliado de longa data, e a Síria fracassou em 2007. O mesmo aconteceu quase três anos depois, em uma mediação entre o Ocidente e o Irã. A normalização das relações entre Turquia e Armênia também não avançou, assim como a candidatura turca para o ingresso na União Europeia (UE).

O status de ator diplomático de peso seria minado pelos movimentos que varreram, a partir de 2011, a maioria das capitais dos países árabes.

A ruptura se consumou com Israel, depois do assalto letal do Exército hebreu a um navio turco em 2010 e sua recente ofensiva militar na Faixa de Gaza. O mesmo aconteceu com o Egito, após a queda do presidente islâmico Mohamed Mursi, derrubado pelos militares, e com a Síria de Bashar al-Assad, após o começo da sangrenta guerra civil. Hoje, a Turquia não conta com embaixadores nesses três países-chave.

Além disso, seu apoio, sempre negado, aos jihadistas sunitas radicais na guerra contra Damasco se voltou contra ela, com a tomada de 49 de seus cidadãos como reféns no Iraque.

A oposição ironiza os fracassos do "arquiteto" Davutoglu e se surpreende com sua promoção à cabeça do partido no poder e do governo, no lugar de Erdogan, e vê nele uma simples "marionete" do novo presidente.

Seguro de si mesmo, o novo primeiro-ministro ignora as críticas. Esse poliglota - ele fala inglês, alemão e árabe - tomou como sua a retórica grandiloquente de Erdogan.

Pai de quatro filhos, Dautoglu é casado com uma ginecologista, Sare, líder do movimento contrário ao aborto na Turquia. A obstetra, que trouxe ao mundo a filha do próprio presidente Erdogan, trava um intenso combate a favor do "direito à vida" iniciado pela imprensa islâmica do país.


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