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Estado de Minas

Israel bombardeia mercado e escola em Gaza; ONU denuncia 'massacre'


postado em 30/07/2014 23:07

Os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza causaram nesta quarta-feira mais de 100 mortes, incluindo 17 em um mercado e 16 em uma escola que abrigava refugiados palestinos sob a direção da ONU, que denunciou um "massacre".

O ataque ao mercado de Shejaiya (subúrbio da cidade de Gaza) ocorreu durante uma breve trégua humanitária declarada por Israel em sua guerra implacável contra o movimento islâmico Hamas.

No campo de refugiados de Jabaliya (norte), pelo menos dezesseis palestinos morreram, entre eles várias crianças, em um ataque israelense contra uma das 83 escolas da ONU utilizadas para abrigar os civis.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNWRA) acusou o Exército israelense de "grave violação do direito internacional" e pediu medidas imediatas para "acabar com o massacre".

"Só havia crianças e jovens. Porque fizeram isso? Para onde podemos ir?", lamentava Hisham al-Masri, um dos refugiados do local.

Não há um acordo à vista neste conflito entre Israel e o Hamas, que deixou no total 1.363 palestinos mortos, segundo os serviços de emergência locais desde 18 de julho, data do início da ofensiva israelense destinada a acabar com os disparos de foguetes e a destruir os túneis usados pelo grupo palestino.

Do lado israelense, três soldados morreram em uma explosão quando acabavam de descobrir um túnel palestino em uma casa do sul da Faixa de Gaza, segundo um comunicado militar.

Além disso, dois civis israelenses e um trabalhador tailandês morreram em ataques com foguetes.

Apesar da devastação e do número de mortos, os disparos de foguetes a partir de Gaza não pararam e 120 foram registrados pelo Exército, que perdeu 56 soldados, o registro mais pesado desde e guerra contra o Hezbollah libanês em 2006.

Bombas durante a trégua

O Exército israelense havia anunciado um breve cessar-fogo, entre 15h00 e 19h00 locais (09h00 às 13h00 de Brasília). No entanto, ressaltou que essa trégua não se aplicava às zonas onde os soldados estavam em operação, em um movimento denunciado como uma jogada de publicidade pelo Hamas.

Com isso, pelo menos 24 palestinos morreram durante essas quatro horas, segundo fontes médicas palestinas.

"A trégua anunciada por Israel não passa de uma propaganda midiática e não tem valor algum, porque exclui as áreas instáveis ao longo da fronteira e não podemos retirar os feridos dessas áreas", declarou um porta-voz do movimento islâmico em um comunicado.

Os cerca de 1,8 milhão de habitantes de Gaza estão presos em um território de 362 km2, submetidos a um rigoroso bloqueio israelense desde 2006 e ao fechamento de sua fronteira com o Egito desde 2012.

Mais tarde, sete membros da mesma família morreram atingidos por disparos de tanques no setor de Khan Yunis (sul). O registro do dia foi de pelo menos 108 mortos, segundo o porta-voz dos serviços de emergência palestinos, Ashraf al-Qodra.

EUA criticam ataque

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou o ataque de Israel a escola de Jabaliya de "injustificável".

"Nesta manhã uma escola das Nações Unidas que abrigava milhares de famílias palestinas sofreu um ataque repreensível. É injustificável e requer justiça", manifestou Ban em visita a Costa Rica.

A Casa Branca também condenou o bombardeio "da escola da UNRWA em Gaza, que deixou mortos e feridos entre palestinos inocentes, incluindo crianças, e trabalhadores humanitários da ONU", segundo a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Bernadette Meehan.

A escola localizada no campo de refugiados de Jabaliya, no norte de Gaza, era refúgio de mais de 3.000 pessoas deslocadas e foi atacada com morteiros disparados por tanques israelenses.

Esta é a segunda vez em uma semana que uma escola da ONU abrigando refugiados é bombardeada por forças israelenses.

Israel culpa o Hamas pela morte de civis, acusando o grupo de utilizá-los como "escudos humanos".

Delegação israelense no Cairo

Após 23 dias de um conflito que devasta o estreito enclave palestino, a paz está distante para os habitantes de Gaza, divididos entre a dor e o ódio.

"Queremos a guerra! Queremos que Qassam (braço militar do Hamas) responda no coração de Tel Aviv!", gritava um homem no mercado de Shejaiya.

Enquanto isso, uma delegação israelense chegava nesta quarta ao Cairo, intermediário habitual nas negociações entre palestinos e israelenses.

O envio de uma delegação conjunta dos principais movimentos palestinos, até o momento adiado, também foi anunciado pela Organização pela Libertação da Palestina (OLP).

O Hamas exige a retirada das tropas israelenses de Gaza, de onde tinham se retirado unilateralmente em 2005. Ele exige também a suspensão do bloqueio israelense que asfixia a economia da região desde 2006.

Quanto a Israel, Tel Aviv insiste que seu Exército não vai deixar o enclave enquanto sua população estiver sob a ameaça dos foguetes e túneis do movimento radical.


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