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Estado de Minas

Restos mortais das vítimas do avião malaio chegarão na quarta à Holanda


postado em 22/07/2014 12:25

Os corpos dos passageiros do voo MH17, transportados nesta terça-feira para a cidade ucraniana de Kharkov, deverão ser enviados à Holanda na quarta-feira, depois que os rebeldes pró-russos permitiram sua remoção.

Ao mesmo tempo, os europeus anunciaram que estão analisando novas sanções contra a Rússia.

O trem que transportava os restos de 280 (dos 298) ocupantes do avião da Malaysia Airlines abatido na quinta-feira, composto de cinco vagões refrigerados e com a inscrição "Donbass", terminou sua viagem iniciada na segunda-feira na fábrica de tanques de Malychev, constatou um jornalista da AFP.

Através das grades do portão principal da fábrica podia ser visto veículos marcados com uma cruz vermelha, que poderiam ser laboratórios móveis. Ao lado, uma ambulância, e atrás, uma grande tenda branca com fitas vermelhas e brancas.

Uma atividade febril prevalecia na entrada, com a chegada de especialistas internacionais, de semi-reboques, ambulâncias e um balé de viaturas oficiais.

Vinte malaios vestindo uniformes azuis com a inscrição "Smart Malaysia" chegaram, seguidos por representantes da OSCE e diplomatas indonésios. "Estamos aqui para monitorar o processo de retirada dos corpos e sua identificação antes de serem enviados para a Holanda", disse um dos diplomatas.

"De acordo com nossas informações, no local da queda da aeronave, os corpos não foram conservados em um local seguro e não foram devidamente tratados", acrescentou.

Os cadáveres deverão ser entregues a uma delegação holandesa. Os primeiros restos mortais das vítimas chegarão na quarta-feira à Holanda, onde a identificação das vítimas poderá levar vários meses, indicou nesta terça-feira o primeiro-ministro holandês Mark Rutte.

Gestos de apaziguamento

O primeiro avião com os restos mortais aterrissará em Eindhoven, no sul da Holanda, de onde serão transportados para uma base militar em Hilversum, ao sudeste de Amsterdã, a cerca de 100 km do aeroporto.

O mesmo avião transportará as caixas-pretas do Boeing destruído em pleno voo em uma região controlada pelos separatistas pró-russos. Entregues na segunda-feira pelos rebeldes às autoridades malaias, elas deverão ser recuperadas pelos holandeses e enviadas à Grã-Bretanha para serem decriptadas.

As caixas permitem gravar conversas na cabine dos pilotos e dados técnicos do voo. É improvável, no entanto, que possam fornecer informações sobre a origem do disparo que derrubou o avião.

Neste contexto, os gestos de apaziguamento dos rebeldes em relação à comunidade internacional, em particular um cessar-fogo ordenado em torno do local da tragédia, foram acompanhados por declarações russas de mesmo efeito.

Assim, o presidente Vladimir Putin assegurou que Moscou fará todo o possível, incluindo usar sua influência com os separatistas, para ajudar na investigação sobre a queda do Boeing malaio no leste da Ucrânia.

"A Rússia fará tudo o que estiver ao seu alcance para uma investigação completa, exaustiva, profunda e transparente", declarou Putin, citado pelas agências russas, durante uma reunião do Conselho de Segurança russo. "Nos pedem para exercer pressão sobre os rebeldes. Faremos, é claro, tudo o que estiver ao nosso alcance, repito, mas isso não bastará", acrescentou.

Para um especialista ucraniano, estes avanços, reais ou verbais, são o resultado das ameaças ocidentais da adoção de novas sanções contra a Rússia.

"Certamente, o Ocidente exerce pressão sobre a Rússia e Moscou, por sua vez, sobre eles (os rebeldes), porque foi obrigado a fazê-lo", declarou à AFP o cientista político da Universidade Kiev-Mogila Oleksii Garan.

"Putin tem medo de sanções, com o caso do avião tornou-se vítima de um dispositivo que ele preparava para atingir outrem", acrescentou.

Local de queda do avião alterado "em escala industrial"

Os europeus discutem nesta terça-feira o reforço das sanções contra Moscou, e a pressão aumenta na França para impedir a venda de navios de guerra Mistral franceses à Rússia.

"É hora de parar a militarização da política europeia", lançou em sua conta no Twitter a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, sempre rápida em denunciar as atitudes da Rússia.

Mas, para muitos ocidentais, a mudança de tom dos separatistas e Moscou não parecem suficientes.

O local da queda foi alterado "em escala industrial", disse nesta terça-feira o primeiro-ministro australiano Tony Abbott, citando "uma tentativa de disfarçar evidências" do desastre em que 28 australianos morreram.

No terreno, Kiev anunciou que a bandeira nacional foi hasteada sobre a cidade de Severodonetsk, a uma centena de quilômetros de Lugansk, tomada pelos rebeldes. A administração regional de Lugansk relatou cinco mortes entre a população civil nas últimas 24 horas, enquanto o Exército ucraniano citou 13 soldados mortos em suas fileiras.

Kiev continua preocupado com a forte presença militar russa. Mais de 40.000 soldados russos estão concentrado na fronteira russo-ucraniana, bem como centenas de armas pesadas, segundo o secretário do Conselho de Segurança Nacional e Defesa Andrii Parubiï. Cento e cinquenta tanques, 400 veículos blindados e 500 sistemas de artilharia russos também estão concentrados perto da fronteira em Donetsk.


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