(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Especialistas examinam trem com cadáveres de avião abatido na Ucrânia

Presidente ucraniano ordenou cessar-fogo em um raio de 40km ao redor do local da tragédia


postado em 21/07/2014 12:01 / atualizado em 21/07/2014 13:03

Especialistas forenses holandeses examinaram nesta segunda-feira o trem com os corpos das vítimas do avião abatido no leste da Ucrânia, em uma região onde Kiev ordenou uma trégua, embora um pouco mais distante, no reduto separatista pró-russo de Donetsk, bombardeios tenham deixado ao menos três mortos.

Os especialistas examinaram os corpos em um trem refrigerado de cinco vagões em Torez (500 km a leste de Kiev), antes de se dirigir ao local da tragédia, a 15 km de distância, onde na última quinta-feira um avião da Malaysia Airlines que voava de Amsterdã a Kuala Lumpur com 298 pessoas a bordo se acidentou.

Os Estados Unidos direcionaram suas suspeitas para um míssil disparado de uma zona sob controle de rebeldes apoiados pela Rússia, mas um general do Estado-Maior do exército russo, Andrei Kartopolov, negou nesta segunda-feira que Moscou tenha fornecido aos separatistas mísseis antiaéreos.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ordenou que suas tropas interrompam suas operações em um raio de 40 km ao redor do local onde o avião foi derrubado, para facilitar o trabalho dos investigadores.

Este raio exclui o reduto separatista de Donetsk (a 60 km do local da tragédia), cuja estação ferroviária foi alvo nesta segunda-feira de intensos disparos de artilharia, com um saldo de ao menos três mortos e um ferido, segundo as autoridades municipais.

Os bombardeios provocaram um incêndio em um supermercado próximo à estação e atingiram um edifício de nove andares, segundo as informações divulgadas.


Diplomacia em torno de um trem-necrotério

Os investigadores holandeses, com os rostos cobertos por máscaras e acompanhados por representantes da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), examinaram os vagões e atestaram a qualidade da refrigeração, apesar do forte odor de decomposição que exalava no local, com uma temperatura exterior de 30 graus.

"O armazenamento dos corpos é de boa qualidade", declarou o responsável pela equipe forense, Peter Van Vilet, cercado por 50 homens armados na estação de Torez. "O trem precisa se mover hoje", acrescentou, "mas não sabemos em que direção ou a que horas". O veículo precisa sair de Torez e da zona separatista "para que possamos fazer as análises necessárias. Aqui não é tecnicamente possível", disse.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, declarou que o objetivo de seu país era fazer os vagões se dirigirem ao território controlado por Kiev, preferencialmente à grande cidade vizinha de Kharkiv. "Os separatistas disseram que os observadores internacionais devem estar presentes quando o trem sair. Os especialistas holandeses são observadores internacionais, e podem desempenhar este papel", acrescentou Rutte.

Das 298 vítimas, 193 eram holandesas


A Ucrânia defende que a Holanda coordene a investigação e está disposta a enviar a Amsterdã os corpos das vítimas para que sejam submetidos a necropsias, declarou em Kiev o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk. "Encontramos 272 corpos, 251 deles já estão em um trem frigorífico. (...) Estamos dispostos a enviar todos os corpos a Amsterdã" para que sejam submetidos a uma necropsia e a todas as perícias independentes necessárias, acrescentou.

O primeiro-ministro da autoproclamada República Popular de Donetsk indicou, por sua vez, que "há 282 corpos nos vagões" e que os restos de "16 vítimas não foram encontrados". No âmbito diplomático o presidente russo, Vladimir Putin, alvo de múltiplas críticas e advertências por seu suposto apoio aos separatistas, garantiu que a Rússia fará o possível para alcançar uma solução negociada do conflito na Ucrânia.

Segundo vários indícios reunidos pelas autoridades ucranianas, alguns dos quais validados por especialistas americanos, o míssil foi lançado pelos rebeldes que acreditavam derrubar um avião militar ucraniano.

O general russo Andrei Kartopolov negou que Moscou tenha fornecido material antiaéreo aos separatistas e tentou desviar as suspeitas para Kiev, ao afirmar que um caça ucraniano estava a uma distância de 3 a 5 quilômetros do avião da Malaysia Airlines pouco antes do acidente.


"Com que objetivo um avião caça voava a esta altitude e ao mesmo tempo que um avião civil?", se perguntou o militar.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)