O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, ameaçou nesta terça-feira processar a Rússia se Moscou não baixar o preço do gás, e acusou sua vizinha de ter roubado esse recurso energético da Ucrânia ao anexar a Crimeia.
"Nós enviamos à Gazprom uma notificação" e pedimos à Rússia um "acordo baseado nas condições do mercado. Se a Rússia rejeitar esse acordo, nós vamos levá-la ao Tribunal" de Arbitragem "de Estocolmo", declarou Yatseniuk durante uma coletiva de imprensa após uma reunião com a Comissão Europeia em Bruxelas.
"Restam 20 dias a eles. É o último apelo para que a Rússia sente à mesa de negociações para encontrar uma solução", acrescentou.
Além disso, o premiê acusou a Rússia de ter "roubado bens ucranianos" durante a anexação da Crimeia e de ter roubado mais de 2 bilhões de metros cúbicos de gás.
Após a destituição do presidente Viktor Yanukovitch e a chegada ao poder de novas autoridades pró-europeias, a Rússia eliminou os descontos no preço do gás concedido à Ucrânia.
O preço do gás russo à Ucrânia é agora um dos mais altos entre os países europeus.
A gigante russa Gazprom exigiu na terça à companhia estatal ucraniana Naftogaz 1,66 bilhão como pré-pagamento para as entregas de gás de junho.
Ela indicou que a dívida da Ucrânia chega a 3,5 bilhões de dólares.
Na segunda-feira, a Gazprom advertiu que iria cortar o fornecimento de gás à Ucrânia no dia 3 de junho, se Kiev não pagasse com antecedência.
Exigindo que Moscou pare de "apoiar os manifestantes e os terroristas", Yatseniuk afirmou que "a Rússia não conseguirá fazer da Ucrânia um Estado falido".