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Estado de Minas

Ucrânia, Rússia e Ocidente chegam a acordo para tentar solucionar crise


postado em 17/04/2014 18:37

Rússia, Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia (UE) chegaram nesta quinta-feira a um acordo que pode ser um primeiro passo no sentido de uma solução para a crise ucraniana.

O acordo deve ser implementado em etapas, a começar pelo desarmamento de grupos ilegais.

O pacto representa uma luz de esperança para uma situação tensa nos últimos dias no leste da Ucrânia, onde grupos não identificados invadiram prédios públicos, o Exército de Kiev apresenta indícios de caos e alguns incidentes causaram mortes.

"Todos os grupos ilegais devem ser desarmados, todos os prédios invadidos ilegalmente devem ser devolvidos aos seus proprietários legítimos, todas as ruas, praças e locais públicos devem ser liberados", indica o documento, assinado pelos chefes das diplomacias russa, ucraniana, americana e da União Europeia.

O acordo ressalta também o início de um processo constitucional na Ucrânia que será "transparente" e com base em "um amplo diálogo nacional para incluir todas as regiões ucranianas e todas as instituições políticas".

Uma missão da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) ajudará as autoridades de Kiev nesse aspecto.

A reunião de Genebra foi cercada de suspense diplomático pelas declarações do presidente Vladimir Putin, que disse estar disposto a utilizar a força se necessário durante uma sessão de perguntas e respostas com cidadãos russos transmitida para todo o país pela televisão.

Putin lembrou no programa que o parlamento russo tinha dado a ele poderes para intervir no país vizinho. "Espero realmente não me ver obrigado a usar este direito", disse.

A Rússia "não tem desejo" de enviar tropas para o leste da Ucrânia, onde há uma grande população de língua russa, afirmou depois em Genebra o chanceler russo, Serguei Lavrov.

O acordo pede que todas as partes evitem provocações, após as cenas de crescente violência na região.

- "Além do intolerável" -

Depois de vários fracassos humilhantes, Kiev anunciou nesta quinta-feira a morte de três milicianos pró-Rússia e a prisão de 63 durante um ataque contra uma unidade de sua Guarda Nacional em Mariupol, no sul do país.

"Todas as partes devem evitar a violência, a intimidação e as ações provocadoras", pediram as partes no texto de Genebra.

Em troca do desarmamento dos grupos ilegais, Kiev se comprometeu a conceder uma anistia.

Mas a queda de braço diplomática entre Moscou e os países ocidentais continua.

Se a Rússia, que segundo a Otan tem concentrados cerca de 40.000 soldados na fronteira, não contribuir para reduzir a tensão "haverá sanções adicionais", advertiu o secretário de Estado americano, John Kerry.

Estados Unidos e UE impuseram sanções contra autoridades políticas e empresas russas.

Kerry garantiu também que os Estados Unidos e seus aliados não esquecerão a Crimeia, península ucraniana anexada por Moscou em março.

A crise ucraniana é a mais grave na Europa desde o fim da Guerra Fria, e provocou o afastamento da Rússia do G8 e a suspensão de vários projetos de colaboração com Estados Unidos e UE.

O conflito também ameaça diretamente o fornecimento de gás russo à Ucrânia, vital para o país e para a Europa.

Putin deu a Kiev um mês de prazo para saldar sua dívida com a gigante russa do gás, Gazprom.

No leste da Ucrânia, foram registrados outros sinais preocupantes, apesar da declaração dos chanceleres.

Os participantes da reunião de Genebra condenaram, por exemplo, "qualquer expressão de (...) intolerância religiosa, incluindo o antissemitismo".

Kerry falou sobre informações indicando que judeus ucranianos teriam que se registrar em uma cidade do leste do país, sem que maiores detalhes tenham sido fornecidos.

"Não é apenas intolerável, é grotesco também. Vai além do inaceitável", denunciou Kerry.

A Ucrânia, que acusa Moscou de ter infiltrado espiões e militares das forças especiais sem insígnias em seu território, anunciou a proibição da entrada via aérea de homens russos com entre 16 e 60 anos.


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