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Estado de Minas

Emergentes continuam preocupando os mercados


postado em 30/01/2014 16:22

Os mercados continuavam preocupados nesta quinta-feira após a decisão do Federal Reserve (Fed) de reduzir os estímulos monetários, o que pode agravar as tensões econômicas nos países emergentes.

A bolsa de Londres fechou em queda de 0,09% na quinta-feira, embora Paris e Frankfurt fecharam ganhando respectivamente 0,55% e 0,39% graças às cifras do crescimento nos Estados Unidos. Em Madri, o Ibex-35 subiu 0,69%.

Os mercados asiáticos receberam particularmente mal a decisão do Fed de reduzir em mais 10 bilhões de dólares a partir de fevereiro os estímulos monetários mensais à economia norte-americana, deixando-os em 65 bilhões.

A Bolsa de Tóquio foi mais afetada por esta decisão com uma queda de 2,45%, enquanto os outros mercados financeiros asiáticos caíram um pouco menos: Hong Kong caiu 0,48% e Xangai, 0,82%.

"Parece que os mercados têm problemas para digerir" a decisão do Fed apesar de ser "mais ou menos esperada", disse Anita Paluch, analista da Varengold.

Os mercados asiáticos fecharam "entre a redução da ajuda monetária norte-americana e o movimento de venda geral observado nos países emergentes", explicou Frances Cheung, analista do Crédit Agricole CIB.

Riscos para os emergentes

A decisão do Fed ameaça acelerar os movimentos de capitais que desestabilizam o planeta desde a primavera (no hemisfério norte), em particular nos países emergentes.

Os investidores estão retirando os fundos desses países, onde tinham investido aproveitando a liquidez que o Fed injetou no mercado, mas como este volume de dinheiro começa a diminuir, os operadores os retiram.

Uma retirada desordenada dos fundos colocados nos países emergentes poderia ser catastrófica para estas economias, seja na Turquia, África do Sul ou na Argentina, e ter consequências, em última instância, para os países desenvolvidos, que estão saindo da crise da dívida.

"O mercado está decepcionado que o Fed não tenha feito nenhuma referência aos países emergentes" em seu comunicado, apesar de suas decisões afetarem esses países, explicou à AFP, Hirokazu Kabeya, da agência Daiwa Securities.

Paluch também lamenta "a ausência de gestos para minimizar a dor (dos países emergentes) causada pela decisão do Fed de começar a reduzir suas medidas".

Os investidores se "perguntam se as autoridades não são muito otimistas" sobre a situação dos mercados, comenta Kabeya.

"Embora o Fed estivesse decidido a reduzir sua ajuda monetária, podia dizer que 'observa a situação com atenção' ou algo assim. Se tivesse feito isso, a situação seria muito diferente hoje", concluiu.

Craig Erlam, analista da Alpari UK, espera "mais turbulências nas próximas semanas".

Contra-ataque dos bancos centrais

Antes da decisão do Fed, os bancos centrais de vários países emergentes tentaram contra-atacar, como na Turquia, onde o BC aumentou as principais taxas de juros (de 4,4% a 10%) ou na África do Sul onde a taxa básica passou de 5 a 5,5%.

Argentina, Índia e Rúsia também usaram artilharia pesada para sustentar suas moedas.

Os economistas da Capital Economics preveem que o Brasil também aumente as taxas de juros e também não descarte que Chile e Peru façam o mesmo. Contudo, é provável que o México as mantenha no nível atual, de 3,5%.

O alívio que essas medidas deram às moedas dos emergentes foi breve e nesta quinta-feira voltaram a cair.

O rublo continuava caindo em relação ao euro e ao dólar e a lira turca perdeu tudo o que tinha ganhado por causa da alta das taxas de juros, enquanto o rand sul-africano continuava perdendo espaço frente ao dólar.

Frances Cheung do Crédit Agricole prevê que as moedas indiana e indonésia também caiam nesta quinta-feira.

O euro também perdia 0,62% de seu valor frente ao dólar a 1,3572 dólar no meio do dia, contra 1,3662 na quarta-feira à noite.


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