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Estado de Minas

HRW denuncia que regime sírio demoliu casas como 'punição coletiva'


postado em 30/01/2014 10:46

O governo sírio demoliu milhares de habitações nas regiões onde a população apoia a oposição em Damasco e Hama (centro) como "punição coletiva", afirmou nesta quinta-feira a organização Human Rights Watch, que acusa o poder de "riscar do mapa bairros inteiros".

"Essas demolições ilegais fazem parte de uma longa lista de crimes cometidos pelo governo sírio", declarou o especialista em situações de crise da HRW, Ole Solvang.

Esta organização de defesa dos direitos Humanos documentou dois casos em Hama e cinco nos arredores de Damasco entre julho de 2012 e julho de 2013, utilizando imagens por satélite.

Ela calcula que 140 hectares, o equivalente a 200 campos de futebol, foram destruídos.

A organização, com sede em Nova York, indica em seu relatório que entre os imóveis destruídos, haviam vários prédios altos, o que significa que milhares de pessoas perderam seu teto.

Em Wadi al-Joz, um bairro de Hama, as imagens de satélite mostram em abril de 2013 uma série de habitações entre duas ruas, que um mês após aparecem apenas espaços em branco.

"Após estas demolições, o exército veio à nosso bairro para nos dizer que também destruiria a nossa casa caso houvesse um único disparo", declarou à HWR um habitante de um bairro vizinho.

Segundo esta organização, todos os locais atingidos aderiram à rebelião, e é difícil de acreditar na justificativa do governo, segundo a qual faz parte de um plano de restruturação urbanística.

"As demolições foram supervisionadas pelo exército, muitas vezes após combates entre o governo e as forças da oposição. Em todo caso, não parece que tenha havido demolições em bairros favoráveis ao governo", indica o documento.

Alguns habitantes afirmaram que tiveram muito pouco tempo para deixar suas casas antes das demolições e que ninguém recebeu indenização.

O proprietário de um restaurante em Qabun, um bairro ao nordeste da capital, relatou à HRW ter sido obrigado a deixar seu estabelecimento sob risco de ser preso.

"Eu vi soldados destruindo em poucos segundos tudo aquilo que levei anos de muito trabalho duro para construir", acrescentou.

Para HRW, essas demolições são uma violação das leis de guerra, "porque não servem a um objetivo diretamente militar e são uma punição à população civil".

"Aqueles que são responsáveis por essas destruições cometem crimes de guerra", segundo o relatório.

Para Solvang, "o Conselho de Segurança da ONU, ao acionar a Corte Internacional de Justiça, deve transmitir uma mensagem clara de que a dissimulação e a impunidade do governo não resistirão à justiça".

A Coalizão de oposição indicou em um comunicado que "brutalizar os civis para que abandonem sua luta por liberdade é o ponto central da estratégia do regime".

Mais de 130.000 pessoas morreram desde o início do conflito, há quase três anos, e milhões de outras precisaram se deslocar ou procurar refúgio em países vizinhos.


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